segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ecos de Realengo (Um Grito na Voz da Poesia)


Olhares Foto by Varli J. Dorighello

Autor: João Maria Ludugero

O assassino
Matou meninos e meninas.
Recarregou
Várias vezes
Seus revólveres.
E só parou
Ao disparar contra si,
Suicidando-se.
Onde está o culpado,
Onde estão os inocentes?
Onde estamos nós?
Silêncio!
Ora, por que um minuto
De silêncio
Na mídia sensacionalista.
Pra que vácuo de voz,
Se o silêncio,
Um nada que vocifera
Agora grita mais alto dentro.
Porque amordaçar essa gente,
Se Realengo está com o grito
Preso na garganta, irresignado
Com o estado das coisas
Acontecidas - doze vidas subtraídas
Sem causa nem porquês?
Pelo visto, logo logo tudo isso
Cairá no esquecimento.
Enquanto isso, não longe daqui,
Cria-se outro verdugo no escuro.
Cuidado, pasmem!

Ele pode vir em pele de cordeiro.
Abram bem os olhos, pois
Numa esquinas dessas, de cara,
Sem aviso, ele pode nos pegar de assalto
E pedir que cedamos a outra face.
Ele virá sorrateiro nos flertar
Numa fresta, silenciosamente,
Com seu olhar que lucifera, voraz
Armado até os dentes,
Com sede de sangue
Prestes a nos fuzilar n
o muro,
No paredão da vez, à luz
Da santa ignorância,
Calcado numa extrema fé,
Que cega mente e olhos
Que mais aliena do que orienta
Que mais deforma um ser já doente,
De insana mente,
Que nos crucifica
Em nome de Deus.

3 comentários:

paulo disse...

É a vida, é a vida...

The Well disse...

Bicho, realismo que dá medo!

A poesia é meio de expressão de qualquer sentimento. Até mesmo indignação!

Parabéns!

Tatiana Kielberman disse...

Toda essa situação nos provoca inevitável paralisação...

Perfeitos seus versos!

Beijos!

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