terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A ESTAÇÃO DOS PERIQUITOS, por João Ludugero

Um dos mais lindos 
espetáculos do entardecer
ocorria lá no jardim 

da minha Várzea das Acácias.
Via-se ali uma frondosa algarobeira,
que era alvo do revoar e do pouso
de periquitos em festiva algaravia,
enfeitando mais e mais a linda copa
formada por galhos verdejantes.
Eram tantos os periquitos 

que até se confundiam
com as folhas que ficavam a dançar com eles.
Sem dúvida, um espetáculo raro!
Inexplicavelmente, porém, ouvi um dia,
um barulho de motosserra a cortar alguma árvore.
Não percebi que caía despedaçada a árvore
destinada ao insubstituível pouso dos periquitos.
No dia seguinte, ao mirar o céu em frente da minha casa,
notei um vazio. Havia céu demais...
Esperei o novo entardecer e tristemente constatei:
os periquitos chegaram, 

rodopiaram estonteados e logo sumiram.
E nunca mais voltaram para nos encantar
com aquele maravilhoso e gratuito visual
propiciando um momento ímpar de admiração
e reflexão sobre a importância do ecossistema acolhedor
de nossas casas e da “estação” dos periquitos!
Que pena!... Jogamos a sorte fora!...
A árvore predileta dos passarinhos tornou-se lenha.
Onde andarão os nossos artistas verdinhos
que nada nos cobravam pelo show ao vivo?
E a frondosa árvore-estação-dos-periquitos
foi cortada como se corta 

um galho seco e desimportante.
Mas... Alto lá! Isso não passou de um sonho.
Eu acordei e corri ao encontro da praça
belisquei-me, só pra ver 

que tudo não passara de um pesadelo:
A algarobeira estava lá, digo continua de pé, 

verdinha em folha,
repleta de verdes periquitos. Que maravilha!
Daí eu chorei de contente, satisfeito em contemplar,
ao ver de perto a força do encanto de dádivas
que nos completa a natureza-mãe!

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