quinta-feira, 13 de setembro de 2012

FOGÃO À LENHA, por João Maria Ludugero


Na cozinha de dona Dalila
a gente era a gente mesmo:
Éramos fogo, fome e alegria.
Tenho saudade do que já foi, 
das velhas cozinhas de Várzea, 
com seus fogões à lenha, 
cascas de laranja secas, 
atiradas aos caibros,  
penduradas na cumeeira,  
usadas para acender o fogo. 
Bule de café borbulhando, 
biscoitos, tapiocas  
e bolachas regalias, 
lenha crepitando no fogo, 
um bom bocado de cheiros 
da fumaça e dos bolos 
E um magote de inquietos 
meninos e meninas  
de  bochechas rosadas, 
satisfeitos com os grudes,  
sequilhos e brotes à mesa.  
Minha alma tem saudades 
desse tempo bom 
rebuscado em cheiros, 
ruídos e temperos.

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