quinta-feira, 20 de setembro de 2012

QUE ÍCARO QUE NADA!, por João Maria Ludugero

Ainda me resta a palavra que ecoa
da tua boca de seda em carmim
que me deixa lúcido 
que tanto me envenena 
que me acende o olhar 
a voar mais longe,
bem dentro do céu 
que me comporta
ao me achar e me perder 
na tua boca.
Dobro os joelhos consentido,
escavo, escrevo versos afoitos
deixo-me escorrer ao teu umbigo,
encolho os ombros a te servir
deito meus olhos, pra todo dia 
poder olhar o mundo e ver, 
por Santa Luzia,
rezo, faço da poesia um canto 
alegre esvoaçar de pássaros
atravessando a aridez do agreste. 
Quero mais sim,
hoje careço recobrar as asas, 
ser mais que um Ícaro, derreter a cera, 
sem medo de perder o juízo, apenas
ir rumo ao sol, girar bem alto e dentro...
Mas, se chegar a cair,  
prometo a mim mesmo, sem penas, 
estou pronto pra colar meus cacos.

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