Os últimos raios do sol
tingiam de vermelho todo o céu da Várzea.
Nervuras douradas no poente,
alaranjando um pouco acima do horizonte
a noite já vestindo de sombras o açude do Calango,
onde cintilava maravilhosa a enorme lua cheia,
gigante tapioca solitária disposta ao léu.
Um magote de crianças jogava bola na Vargem,
Enquanto eu seguia rumo à padaria de seu Nenê Tomaz,
de quando em quando, parando
para contemplar as andorinhas
que voavam numa dança, em frenesi
brincando de vôos rasantes
e voltando às copas das duas palmeiras de São Pedro.
A tarde parecendo um sonho...
Então ... um sonho colorindo toda a minha infância,
toda a saudade que me acorda naqueles dias
de onde sonhava com o futuro único.
O velho sino da igreja badalava as seis horas...
Então, alguns escutavam o radinho-de-pilha de seu Nezinho.
Era a hora do Ângelus , a Ave-maria
cobria toda a pequena Várzea como um manto
e até hoje me veste das mais doces lembranças!
Ave-Maria, que saudade daquelas tardes amenas
na calçada de igreja de São Pedro...
Que tempo maravilhoso! Ave que alegria no presente!
Ave como creio no futuro de dias melhores que virão para a nossa Várzea!
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