Entre tantas lembranças,
a melhor é aquela em que
todo mundo se reunia
ao redor da mesa farta
e a fartura adentrava no peito
mais alegrando os que ali estavam
com suas almas carregadas de sonhos,
sobejando numa torrencial alegria
bem apanhada em estampas
direto das nossas caras
de meninos medonhos.
E a gente sonhava acordado com a lua,
adivinhando o porvir olhando a cumeeira,
saboreando uma tapioca recheada de coco
como se fosse a lua que descesse quentinha
se formando linda no fogão à lenha,
e a gente brindava sob as achas acesas
sem reparar nas descascadas canecas de ágata,
tudo retratado na pacata memória,
e a gente nem fazia pose pra fotografia
mas alguma coisa dentro de nós dizia
que naquele tempo a gente era feliz
e sabia.
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