quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O ALVO, por João Maria Ludugero


Depois de beber 
no céu da tua boca, 
estou a salvo inteiro,
meando-me ao fio do labirinto, 
saciando meus olhos ao ensejo 
de me achar perdido na cela 
do peito movido por um amor 
que me livra solto, 
embalado assim na torre 
seguro em tuas tranças, 
andarilho anoiteço teimoso 
a divagar pensamentos arteiros 
no impulso de descansar no teu colo, 
deitar no teu seio, 
deleitarmo-nos 
enamorados da lua... 
E eu a recomeçar nos teus olhos 
meus maiores almejos.

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