sábado, 30 de novembro de 2013

VOO AOS TRANCOS SEM SER CABOTINO, por João Maria Ludugero

VOO AOS TRANCOS SEM SER CABOTINO,
por João Maria Ludugero.

Não me espanto se me acusam de cabotino,
Apenas me desnudo ao escrever arteiro
Porque meu verso é assim, não nego
Enquanto pedem viço pós-moderno
Assumo que meu canto eu não desfaço
Agora pronto: causa impacto o verbo
E de repente me achego em mais espaço…
Me assusta quem abusa das firulas
No jogo de palavras quase extintas
Assimila-se que o prazer se faz na busca
Ao dicionário, na edição de outrora
Ou num vocábulo da moda tal antiga
A dizer senão do vazio de quem só faz hora
Só me cansa na sórdida peleja
Quem me exige estar desnudo agora
Tal qual um réu à frente da sentença
Se sou o que não sou e até o que pinto
Importa a quem (?) se morro ou se feliz
Apago o que rascunho neste mero giz
Que abro sob um comedido labirinto?
Só me cansa quem me cobra engajamento
A ganhar o mundo desigual, como se atento
Ao meu redor, não fosse um poeta lânguido
Ensimesmado no ópio mais romântico
Onde me engajo apenas no que sinto,
Se não me entalo se as palavras canto
Só me exaure quem se apega ao que não anda:
Como a barata utopia, desde sempre, manca
E a cada vez que um aturdido me empaca
Com uivos em torno da comum fé metafórica
Me arredo de toda inveja, mesmo as brancas
(Porque aqui não há racismo, isso me estanca!)

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