Eu-marmanjo confesso sem vergonha
que chupar manga muito me agrada.
Não me acanho de chupar tudo até o caroço.
Tornei-me maduro, desde menino do interior,
quando aprendi a chupar a fruta no pé,
trepando direto na mangueira
sem parcimônia, ou de faca em punho
diante de uma boa bacia de mangas.
Ainda precoce assim fui educado
para ser o moleque que desabrochava.
Aprendi a arregaçar as mangas desde cedo, com gosto,
meter a boca com toda vontade, disposto,
dentro do ato de chupar manga, sem malícia,
numa deliciosa entrega sem etiqueta, ora mangas!
ocasião que muito apraz ao lambuzamento
e à doce sujeira de guardar o melhor
dos cheiros e néctares no queixo.
Logo, recomendo: não há amor limpinho.
Lambuzem-se às mangas, meus caros!