Não sabia se o que escrevia
era ótima ou péssima poesia,
porque poesia
é uma coisa de extremos,
assim como quando chega
minha vontade de escrever.
Já escrevinhei muitos rabiscos,
escavei ideias em palavras
e deixei que as levassem
de mim... consentido.
Também não sei
se alguém guardou
alguma ou se ficaram perdidas.
Na realidade, nunca estancou a vontade
que tenho de escrever poemas.
Para escrever essas coisas
carece ter um coração,
mesmo que seja aos pedaços.
Aliás aos cacos soa melhor ainda.
A poesia adora corações partidos.
No meu peito
tanjo um coração recauchutado,
quebrado e colado aorta adentro.
Mas, senhoras e senhores,
simplesmente, eu sou poeta,
longe de ser cabotino.
Sou arteiro.
Sim, hoje muito mais gosto
de ser eu mesmo!