Que canção há de desencantar o inenarrável,
Que verso há de vislumbrar o indefinível?
Como contemplar um sossegado encanto
Se antes não houve um toque sem tocar, um olhar sem ver
A alma exposta ao amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como vai alguém te amar, sem nunca mereceres?
Amar o perecível que cai ao redemoinho,
O nada a correr ao desvão
De um enlevo esbugalhado,
Virado em pó, a poeira soprada
Ao toque da célere ventania,
É sempre um despedir-se,
Um correr a divagar
Por fora do/ente.