quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

INSISTO, por João Maria Ludugero

INSISTO, por João Maria Ludugero.

Eu vou como eu vou
dentro do alto, disposto a tudo
voo de jeito ao vento num salto
reinvento-me num instante ao instinto
recrio asas na própria poesia que inicio 
imensurável na medida do impossível
armo voo arteiro acima dos pontos
de partida e chego ao que sou de uma vez
nas infinitas artimanhas do agora 
sem grandes segredos do ente em solo
sem novos secretos cascos tangentes
pendentes nesta hora de aventura 
eu sou como eu sou possante
desde o presente porvir de antes
renovado em reverdecidas esperanças 
desferrolhadas de repente ao léu
feito um bocado de mim 
eu sou como eu sou possante
manjo só de olhar, poeta vidente 
e vivo tranquilamente no azul do céu
boquiaberto muito além do jasmim 
levando todas as essências sem me exaurir.

ETERNO CORAÇÃO VARZEANO, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETERNO CORAÇÃO VARZEANO,
por João Maria Ludugero.

Daí fico de cubar a lida
Dentro da minha cabeça, 
É o nicho do meu legado: 
O sorriso assim esbugalhado,
O reverdecer em musgo de um lajedo cinza.
Posso juntar-lhe, ao acaso da memória,
Um galho de mulungu inclinado pela Várzea
Para as abelhas que metodicamente fazem
Da flor-essência a seara preferida do açude do Calango,
Um bem-te-vi que deixou a algarobeira da praça 
Do encontro para fazer ninho num poema meu;
Um pote de mel extraído pelo inesquecível Zé Miranda
E quantas abelhas-Europa se zangaram
Afoitas com a peleja desse varzeano;
Um singelo landuá chamado Xibimba,
Como que à espera de piabas no rio da Cruz.
Deve haver mais alguma coisa, isto posto,
Não serei tão humilde, cometemos sempre
A injustiça de não referir, por insensato pudor,
Coisas mais íntimas: um plácido pitéu de Seu Nenê Tomaz
Traduzido por Quincas de Nezinho, a mão
Que por instantes nos pousou no joelho
E logo voou dentre outras lagoas compridas,
Nas lembranças advindas de um ávido coração 

Teimoso em repetir que não envelheceu.

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