domingo, 9 de novembro de 2014

VÁRZEA-RN: O ITAPACURÁ DAS PITOMBAS DA INESQUECÍVEL DONA JULIETA ALVES, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

VÁRZEA-RN: O ITAPACURÁ DAS PITOMBAS
DA INESQUECÍVEL DONA JULIETA ALVES,
por João Maria Ludugero



És a Várzea dos pássaros.
És o chão-de-dentro do Vapor de Zuquinha.
És o caminho que eleva ao verde-musgo dos Seixos,
És o feijão-verde do sítio de Zé Canindé
Ou a coalhada lá da casa de dona Tonha de Pepedo.
És o calor da tarde amena que me nina ao Itapacurá
De tio João Pequeno e das pitombas de dona Julieta Alves..



És a rua grande da igreja-matriz de São Pedro Apóstolo
Diante das duas palmeiras imperiais a saldar o padroeiro.
És sedução genuína nessa textura que me ousa em varzeamar.
Os pintassilgos te freqüentam, dia-após-dia, porque também
És o eco da poesia que me acende o peito de saudades -
E marejo os olhos numa estranha vontade de correr
Dentro e alto pelo paredão do açude do Calango...
.
E não silencio meu coração partido.
És a seara do agreste verde
Que nunca estia meu amor por ti,
Mesmo à margem de ganhar o mundo,
Mas sempre apegado a ti, sem morrer à míngua,



Oh, minha Várzea de madrinha Joaninha Mulato!

CASA-DE-TAIPA EM POEMA PARA TANGER FELICIDADE AO INTERIOR, por João Maria Ludugero

 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASA-DE-TAIPA EM POEMA PARA TANGER 
FELICIDADE AO INTERIOR,
 por João Maria Ludugero

Minha casa fica lá no interioré tão modesta, tão singela minha taperatão simplesinha dessas com apenas portae janela que não carecem de trancas,precisando só de uma tramela.na minha casa o alicerce é feito de taipa,divisórias de barro, areia e escoraso chão peito de saibro socado, batido,é coberto de cimento queimado, quase encarnado,as paredes são caiadas de brancosujeitas a intempéries, sóis e chuvas,ventos uivantes, luas e trovoadase a mobília? tão tão pobrezinha, mas suficiente:uma mesa, uns tamboretes e uma cama de juncosNa cumeeira guardei meus fantasmas de outroramas, nela também vislumbro as estrelasnos caibros há cinzas das horas idasna cozinha, há tisnas na parede do fogão à lenhahá feijão na panela, café no bule, farinha no sacocarne de lata, araruta e brotesna sala de estar não tem estante,mas os sonhos nunca são estanquesestão em cada recanto ou na algibeirahá outras quimeras, em cada canto uma rezacom mesa farta de credos, devoção e flordentre esperanças e promessaso telhado traz formato de livro abertocom frestas de luz e cascasde laranja secas dependuradas no tetopara acender o fogo da lidaque nunca mais se apagou sequer um dia,depois que descobri sem precisão de espelho,que eu, o dono da casa, sujeito humilde com jeito de mato,era mesmo sim um rico proprietáriotrazendo o semblante contente de dono do mundo,mesmo sem guardar ou herdarum milhão em botijas de ouro,sendo como é dono de uma paz infindaque nenhum dinheiro pode comprar.Então, pra quê angariar maior legado, me diga,se na verdade ora não caibo em mimao tocar no chão da minha Várzea, meu tesouro,tangendo a burrinha da felicidade?


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