quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O QUE QUER DIZER VARZEAMAR? por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE QUER DIZER VARZEAMAR?

por João Maria Ludugero

Para varzeamar,
há que se entregar
de coração aberto,
ser inteiro a contemplar
a seara do inesquecível
Olival Oliveira de Carvalho.
Para varzeamar,
siga o chamado completo da tua alma,
abra a porta sem medo da cuca maluca
e vai por onde te renova as esperanças
além das quatro bocas infinitamente melhor
do que jamais imaginou, a correr dentro e alto,
além da praça do Encontro Cleberval Florêncio,
de frente para o Recanto do Luar de Raimundo Bento.
O medo fecha caminhos do Maracujá ao Riacho do Mel
e não amortece as dores advindas do Retiro da saudade
através das portas, varandas, cancelas, veredas e alpendres...
Mas a coragem derruba-os,
chegando a nos assanhar
até mesmo os pelos da venta!

VÁRZEA-RN DENTRO DA TARDE AMENA QUE ME NINA O CORAÇÃO E MAREJA EM MEUS OLHOS D'ÁGUA CHEIOS DE SAUDADES, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
VÁRZEA-RN DENTRO DA TARDE AMENA
QUE ME NINA O CORAÇÃO

E MAREJA EM MEUS OLHOS D'ÁGUA
CHEIOS DE SAUDADES,
por João Maria Ludugero




No cair da tarde amena,
lá estava Ludugero, o menino arteiro e medonho,
admirando o belo e radiante arrebol espairecido
entre o jasmim-manga e o mulungu em flores alaranjadas...
E o tempo passava ao lusco-fusco sob o açude do Calango,
tão longe quanto a paisagem a andar, a correr dentro
e voar alto feito um astuto bem-te-vizinho em solene cantiga,
além do meu pensamento que, varzeamando-se, elevava-se
assanhando-me até mesmo os pelos da venta, sem medo da cuca,
apesar de marejar meus olhos d'água por causa da saudade
que latejava, amiúde, a rebater em meu coração nunca esbaforido,
ao recordar das pessoas queridas que um dia habitaram a Várzea
da inesquecível madrinha Joaninha Mulato!

VÁRZEA-RN: POSSANTES ASAS DO MEU AGRESTE INTERIOR, por João Maria Ludugero


 
 
 
 
                         VÁRZEA-RN: POSSANTES ASAS DO MEU AGRESTE INTERIOR,
por João Maria Ludugero

O que me eleva a andar,
A correr dentro e a voar alto em varzeamar,
A assanhar até mesmo os pelos da venta,
Feito cabra da peste?
É a poesia. Enquanto a gente escreve
O coração permanecerá vivo.
É para isso que servem as letras, as palavras consentidas,
Engenhadas, dia-após-dia, além do estio, sem medo da cuca,
Cordões para nos alinhar umbilicalmente em parentes do agreste.

VÁRZEA-RN E O VAPOR DA VELHA INFÂNCIA! por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN E O VAPOR DA VELHA INFÂNCIA!
por João Maria Ludugero

Os alpendres do casarão do Vapor
Eram constantemente
Ensolarados,
Tal qual
Eram alaranjados
Seus mulungus em flor.
As portas se fecharam,
As paredes racharam
No decorrer do tempo.
Pelas frestas,
Feito
Chagas,
Os raios solares
Entraram indiferentes
A correr dentro
das paredes verde-musgadas.

A gente ali
Bem se contentava espairecido,
Esmorecendo o corpo
E amortecendo as dores da alma.
Mas as janelas da velha infância
Não se abriam mais ao flamboyant
Da tarde amena que tanto me ninava,
Aonde se aninhavam as guinés ou galinhas d'Angola
Dispostas em seus mais destemidos tô-fracos...
E, ali, a casa caiu ou foi derrubada...
Ficou apenas a poeira do tempo ao Vapor,
Que ainda insiste em entrar pelas ruínas
Do meu coração
Que ainda evapora
Marejado de saudades
Sob os meus astutos olhos d'água...

Minhas Flores desabrochadas

Visitantes do meu Jardim

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