que nunca fui santo
tampouco almejo ser anjo,
se para tanto tiver que comer
o pão que o diabo amassa,
não sei se quero ir pro céu,
apesar de gostar tanto de azul.
Mas o que mais me apraz
é arder, é queimar, de certo,
é crescer rutilante ao sol...
Quero mais é continuar a dançar,
roubar a cena, esconjurar o tédio,
puxar as barbas de Deus, com graça.
Aprecio pois essa ideia brilhante
de incendiar a alma, a contento,
fosforescer sem pavio, fazer a festa,
plena e escancaradamente,
de gozar essas coisas raras
que flamejam intensas, arteiras,
traquinas, dentro e fora do purgatório.
Mais dentro.
Um comentário:
Texto magnífico!
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