quarta-feira, 28 de novembro de 2012

DIVINA GULA, por João Maria Ludugero


E as ideias chegam de repente...
Passo a inspirar bons ares,
Lirismo consentido, 
Sopro de vida, agora já, 
Ao amante das palavras.
Em meu sonho acordado
Teço nuvens 
De algodão 
Doce...
Há braços imensos
Que se tornam asas;
Há bichos escrotos
Que me grilam a cuca,
Mas só pra desopilar
Atravesso o céu, guloso,
Dentro e alto em tua boca.
Só cubando teu encanto,
Redescubro meu coração,
Que desperta enlaces profundos 
De um tempo doce só de manjar,
Tempo de inventar travessuras
Só pra me achar lambuzado 
Em teus néctares de sentir Deus.

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