E lá está a cruz do rio,
sozinha na entrada da rua do arame.
Na solidão vive dia e noite,
depois de tantos sóis,
depois de tantas luas.
Esquecida do mundo,
só lembrada quando alguém que por lá
passe e pare faça o sinal da cruz,
levando um buquê de flores,
uma oração, uma prece a favor.
Quando o dia finda
e a noite vem baixando
na Várzea das Acácias,
lá pras bandas do rio Joca,
onde a cruz foi erguida,
canário-de-chão solitário
canta e dança
ao redor da capelinha,
deixando lindo o cenário.
Ao lusco-fusco, na penumbra das moitas,
piscam pirilampos ou vaga-lumes,
como que a encantar o vento
que sopra dentro da tarde amena
pelo ermo dos campos do Vapor
brincando e beijando a cruz do rio da cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário