sábado, 22 de maio de 2010

Eu sou o poeta do Corpo

Eu sou o poeta do Corpo e sou o poeta da alma, as delícias do céu estão em mim e os horrores do inferno estão em mim - o primeiro eu enxerto e amplio ao meu redor, o segundo eu traduzo em nova língua. Eu sou o poeta da mulher tanto quanto o do homem. E digo que tanta grandeza existe no ser mulher quanta no ser homem, e digo que não há nada maior do que uma mãe de homens. Canto o cântico da expansão e orgulho: já temos tido o bastante em esquivanças e súplicas, eu mostro que tamanho
nada mais é do que desenvolvimento. Você já passou os outros, já chegou a residente?
É pouco: até aí hão de chegar e irão ainda mais longe. Eu sou aquele que vai com a noite tenra e crescente, e invoco a terra e o mar que a noite leva pela metade.
Aperte mais, noite de peito nu! Mais, noite nutriz magnética! Noite dos ventos do sul, noite das poucas estrelas grandes! Noite silenciosa que me acena - alucinada noite nua de verão! Sorria, ó terra cheia de volúpia, de hálito frio! Terra das árvores líquidas e dormentes! Terra em que o sol se põe longe, terra dos montes cobertos de névoa! Terra do vítreo gotejar da lua cheia apenas tinta de azul! Terra do brilho e sombrio encontro nas enchentes do rio! Terra do cinza límpido das nuvens, por meu gosto mais claras e brilhantes! Terra que faz a curva bem distante, rica terra de macieiras em flor! Sorria: o seu amante vem chegando! Pródiga, amor você tem dado a mim: o que eu dou a você, por tanto, é amor. Indizível e apaixonado amor!

- Canto a mim mesmo.

Walt Whitman

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