sábado, 13 de agosto de 2011

DesesPeRadamente!


Autor: João Ludugero

Queria te amar assim 
sem o desespero de estar longe.
Não me deixar ficar fora de mim, sem ti 
como que a arrebatar do corpo a alma.
Mas acabo por me entregar, de súbito, 
e escorro pela flor da pele, pelos poros,
sinto suores, dores, frios e, sem norte,
tal qual um cachorro doido
corro pela lua cheia que me banha
em busca de uma saudade sem tamanho,
que não se acalma com sintomas de labirintite.
E o foco dessa saudade
é flor que me assanha 
que se abre em meu peito, arranha 
e o escancara fundo, 
oriunda desde a Espanha.
Amo-te com desejo de seiva e sorte,
que em tão e tanto mar seja acolhida,
e em teu coração me haja o suporte,
ao adornares meu veleiro em flor.
Não sei se mais aguentaria
outras promessas tais,
que, antes de cumpridas,
caíssem por terra,
sofressem outras ardentes podas,
 para o desate da ilusão que me acolhe
ou para a solidão desta seara ser banida.
Que cada fio do teu perdão me cinja o corte,
mil temores e cores da pele bandida,
que nunca mais a mim nada importe,
além de ti, meu amor pra toda vida.  
Que nunca mais me enlouqueças
ao ponto de cortar os pulsos,
longe de mim ter um coração suicida.
Quero ter a paz que ora me nina,
continuar na lida passo a passo, no batente, 
arregaçar as mangas, pintar o sete
e o diabo a quatro, viver a bem-me-querer.
Quero alvorecer aceso artesão, de certo 
acordar e ainda sonhar no meu ateliê 
com a firmeza de um amor concreto,
não regulado à euforia
de um gostar-relâmpago.
Por que sob o efeito de anfetaminas,
muitos se lançam ao proclamar extasiados
que amam de pedra a sapato,
e desesperadamente!

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