quarta-feira, 30 de julho de 2014

VÁRZEA DAS ACÁCIAS: UM ASTUTO COLIBRI DESPERTO NA LENDA DA 'MULHER QUE CHORA', por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA DAS ACÁCIAS: UM ASTUTO COLIBRI DESPERTO

NA LENDA DA 'MULHER QUE CHORA',
por João Maria Ludugero


Várzea - faz-me com que na tarde amena se desvaneça
este enlevo lusco-ofuscado de que todas as acácias
me pertençam, sem roubar a cena nem ser cabotino.


Várzea,
se estive com fome
não esmoreci na lida,
adentrei em essências de anis-estrelados
e nos brotos das laranjeiras em flor do Vapor de Zuquinha.
Tudo, seara varzeana, o fiz para de ti lembrar. Tudo isto
que, se entretida olhares, verás na casa da estrela Dalva,
a Dona Maria de Seu Odilon:
tudo isto que sobe a correr dentro
e se esbanja pelos alpendres da gravioleira
- como o meu coração - sempre buscando altura.



Choraste - Várzea. Que importa! Ninguém sabe, enfim,
entregar nas mãos o que traz a esconder no esbaforido peito,
que mareja no rosto sob os olhos d'água da 'Mulher que Chora',
mas eu dou-lhe confiança em fantástico pote de suaves néctares,
e toda te animas a partir do meu poema fora da lenda...
Menos a lembrança que aborda aquela menina coroada
com um diadema de flores de jasmim-manga...


... Que na minha Várzea das Acácias, nunca vazia,
aquele amor tecido lá pelas bandas do riacho do Mel
ou pelo vão do sítio de Zé Canindé até chegar aos Seixos,
não amorteça minha sede de pegar carona no 'carro encantado'
que me eleva a ganhar o mundo, no toque de um coração partido
feito afoito colibri a beijar o hibisco branco que se abre em saudades...


terça-feira, 29 de julho de 2014

VÁRZEA-RN: MEU TERNO RECORDAR! por João Maria Ludugero

 
 

 
 
 

VÁRZEA-RN: MEU TERNO RECORDAR!
por João Maria Ludugero

Dia-após-dia, o cheiro dando cor às flores da lida.
Daí, levanto os olhos pelo interior que me chama. 
Eram assim tuas tranças amarradas em tiaras de alecrim,
tuas palavras eram assim, finas e afoitas 
a tocar a alma da gente em alvoreceres 
na mais pura essência de jasmim-manga.
E o verde-musgo dos lajedos da Várzea das Acácias, 
por onde a tarde ia aderindo aos bons ares
do açude do Calango, lusco-ofuscado sem eiras
se alaranjava em flores de mulungu sem compostura,
a correr pelo chão-de-dentro com o fito de se inteirar,
quando entretidos na mesma exalação de bálsamo de açucenas
ou seriam de talos molhados, de canela ou de manjerona, 
almas de flores além do sepulcro e da ressurreição. 
E os bem-te-vizinhos em cantiga 
dançavam assim veludosamente
sob o sítio reverdecido do Umbu.
Restauro-me em memória, por dentro das flores! 
Deixa virem teus olhos, como grilos e louva-deuses, 
tua boca carmim de bem-me-quer assim orvalhado, 
e aquelas ternas mãos dos inconsoláveis mistérios, 
com suas estrelas além da margem do rio da Cruz, 
e muitas coisas tão estranhamente escritas 
nas tuas nervuras de paixão nítida em folhas de maracujá 



- e varzeamáveis, sim, enfim, varzeamáveis!

VÁRZEA-RN: SOB OS ACORDES DO VAPOR DA LIDA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 VÁRZEA-RN: SOB OS ACORDES DO VAPOR DA LIDA,
por João Maria Ludugero

Em que língua cantarei
este amor tecido em fibras
que é servo e rei do vapor da lida?

Como o amortecerei em cancelas,
como o soltarei sem tréguas,
como o envolverei, de sentinela,
num galope assim além das leiras?

É como se a Várzea das Acácias se molhasse
repentinamente, quando serenas ao estio.
É como se o dia se demorasse ao desvario,
quando te espero renovado e tu só te evaporas atrevida,
a correr dentro e alto na tarde amena que ainda me nina!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

VÁRZEA-RN: O INTERIOR QUE ME CHAMA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN: O INTERIOR QUE ME CHAMA,
por João Maria Ludugero


Em saudades do chão de dentro,
Meu coração ávido se revela
Pela rua Grande a contento,
Desde as quatro bocas
Na certeza de quem ama
Meu coração fotografa
A torre da igreja-matriz
De São Pedro Apóstolo
E prossegue astuto ao Vapor
Pelo interior que me chama!

domingo, 20 de julho de 2014

VÁRZEA-RN BEM APANHADA EM LICOR DE JENIPAPO, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN BEM APANHADA EM LICOR DE JENIPAPO,
por João Maria Ludugero

Leve-me à Várzea das Acácias
E traga-me lápis e papel, sem alvoroço:
O meu poema se perderá entre duas imensidões
Desde as quatro bocas até o açude do Calango
Ou revoará em busca de ficar mais perto dos bem-te-vizinhos.

Conduza-me ao Vapor de Zuquinha
E coloque onze-horas em flor ao meu lado:
irromperá um poema desentristecido,
Nada piegas, meloso ou antiquado.

Invista-me numa desbotada calça jeans,
E deixe-me pegar bem apanhado 
Num singelo banho de licor de jenipapo:
Eu começo a pensar num poema sedutor,
Desses que me sujem o corpo, sem alarido:

Daí, eu todo me transformarei num poema só para ti,
Oh, singela criatura abençoada por São Pedro Apóstolo,
Diga-me de uma vez por todas aonde moras sem mistério

Nessa seara pelo interior da terra de Joaninha Mulato?

RESENHA DO MADURO MENINO JOÃO LUDUGERO, por João Maria Ludugero.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA DO MADURO MENINO JOÃO LUDUGERO,
por João Maria Ludugero.


Em minha vida, eu aprendi a ser esse menino João
Ludugero maduro, levado da breca, sem nenum medo da cuca,
Num dado instante em que a memória estreita se alarga a contento
Para conter a Várzea das Acácias, o rio Joca, o Vapor, o açude do Calango, 


Dentre tantos outros riachos do Mel e Lagoas compridas,

Sob a penumbra iridescente do agreste verde do chão-de-dentro,
A espairecer meu instante de nudez perfeita pela astuta seara
Dos bem-te-vizinhos e dos fartos pitéus da Várzea 


De Seu Plácido 'Nenê Tomaz' de Lima...

Minhas Flores desabrochadas

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