domingo, 10 de agosto de 2014

VÁRZEA-RN EM SAUDOSA MANGA VERDE, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN EM SAUDOSA MANGA VERDE, 
por João Maria Ludugero.

Depois das aulas de Dona Zilda Roriz, 
Eu te mirava, a correr dentro e alto,
Debaixo daquela mangueira frondosa,
Teus cabelos soltos ao vento,
Da cor da terra aqueles caracóis,
Pareciam a entrada do paraíso,
Da Várzea das brincadeiras,
Depois dos deveres da escola.
Eu acelerava a cópia, as contas,
e tudo o mais, para te esperar,
ali, naquele lugar, só nosso
Bem ali na praça do Cruzeiro…
E tu, menina bonita, vestida de chita,
De caracóis ou de tranças,
Com laços cor de mel,
Os nossos olhos tanto brilhavam,
Tantas juras fizeram, naquele lugar.
E, daquela flor da mangueira,
Aos ‘carregos’ de tantas mangas!
Escolhemos uma maior como nossa,
Aquela que comeríamos juntos, 
O nosso selo da promessa de amor!
Todos os dias a olhávamos,
À espera que ganhasse tamanho e cor,
Para o dia da consagração!
Quis a vida que abalasses,
E foste embora para outro lugar,
Bem distante daquela linda seara…
Zangado com o nosso destino,
Arranquei a manga verde,
Magoado com a surpresa da lida 
E com o teu longínquo paradeiro.
...
Já a mãe, senhora do teu destino, 
Nos reencontramos frente à frente,
E perguntaste-me, com os olhos inquietos,
Se a manga tinha sido rosa ou espada,
Se tinha sido bem deliciosa?
Disfarcei, disse-te que sim,
Mas ainda sinto forte nostalgia:
Oh manga-verde, manga verde,
Porque não amadureceste só para mim?

CHEIROS, por João Maria Ludugero

CHEIROS, 
por João Maria Ludugero


Tem gente que tem cheiro de chuva,
de folhas de outono cinza,
debaixo de um cajueiro em flor 
ou de mangueira no calor do verão, 
De sol quando acorda a aurora,
de café da manhã pela casa
e de flor quando estrela um sorriso.
Tem gente que tem aroma de jasmim,
quando no balanço da primavera.
Cheiro de dengo, de rio e de mar. 
cheiro de céu, de sal, de sol e de lua,
de cafuné sem pressa.
De brinquedo que faz a festança.
De passeio descalço no jardim.
De tarde amena sem fim...
Tem gente que tem alma de flor 
quando se vai, mas fixa seu cheiro.
Cheiro doce de alecrim, 
ou até mesmo um íntimo cheiro de peixe
por que não, se há um cheiro que atiça
aguçando os sentidos da gente... 
Lembro-me do teu corpo 
e do gosto do teu sorriso.
E agora...
Sinto cheiro de saudade 
do teu perfume natural, 
do cheiro que ficou pra sempre,
dentro e alto, saindo de nós.

INTERIOR, por João Maria Ludugero.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERIOR, por João Maria Ludugero.

Eu gosto da Várzea
Que me dá chão,
Gosto das casas,
Do simples gesto
Das coisas singelas
Do chão de dentro.
Eu gosto da chama acesa
Que me atiça de cor o interior.
Eu corro dentro da Fé
Que me inflama
De Esperança nova
A reverdecer o porvir
E tudo o mais ao meu redor.
O que vem por fora,
A casca, esta muda 
A cada estação,
Mas a seiva, o cerne
E a essência, não!

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