Autor: João Maria Ludugero
A flor me colheu
Me entortou a face
Deu-me um beijo
A bem-me-querer.
Girou meu rosto ao sol
Na pureza de sua claridade.
A flor abriu-se grã-mestra,
Extremamente bonita
Pra tirar do acervo
Sua eterna fantasia-girassol
E vivê-la num único instante,
A apreender meus olhos exultantes
E assim mantê-los na verdade
Ao se rasgar em pétalas, cor e cheiros,
Exaurindo-se em perfumes ao morrer.
É assim que ela contém a beleza em flor.
É assim minha flor vestida
Em amarela borboleta!
Obrigado, meu amor, quanta poesia
Posso ler nestas pétalas efêmeras!
Obrigado, meu amor, quanta poesia
Posso ler nestas pétalas efêmeras!
Quando até de costas
Posso ver exposta tua verdade,
Claramente sem embargos,
Como aquela flor
Que permanece no altar-mor
Da inspiração que fica alumiada
Eternamente estranha e bela,
Até à luz de velas.