SINGELOS VERSOS IMPRESSIONISTAS,
por João Maria Ludugero
Faz algum tempo, lá na Várzea das Acácias,
meu pai Odilon Ludugero pintou a casa toda de cal branca,
espairecida dentre energizantes amarelos e verde-cana-caiana,
repleta de lembranças de um tempo de jardim todo florido em aromas elevados em canteiros de espadas-de-São-Jorge,
comigo-ninguém-pode, caládios, hibiscos, beldroegas,
onze-horas e jasmim-manga,
com detalhes dourados ou alaranjados brilhantes
pelas platibandas além das quatro-bocas da rua grande,
de alpendre verde-musgo pelas arredores e varandas...
Por muito tempo moramos numa casa
toda caiada e alegre não só de manjar,
como ele mesmo dizia,
constantemente a me ninar em estripulias
desde o amanhecer a correr dentro e alto
na astuta lida pela tarde amena
até chegar o anoitecer iluminado pela possante
e terna estrela Dalva da nossa vida inteira.