sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

LUDUGERANDO POESIA, por João Maria Ludugero


LUDUGERANDO POESIA,
por João Maria Ludugero.

Poesia é estrada a correr dentro 
Sem destino nem paradeiro... 
Poeta não se acostuma com mera sina 
Será que é coisa da lida ou do instinto, 
Será que se inventa, aprende ou ensina? 

De cubar muito além do que se manja, 
Poesia não é só pedra, mas pode ser ponte 
Poeta é liberto, mesmo não atado à rima, 
Instinto ou inspiração... criação a contento, 
O aprendizado está lá dentro, obra do dia amante 

Poesia é cobertura, recheio, regalia solta 
Poesia é confeito, é doce, é sal no insosso 
Poeta entra sem medo, recriando alvoroço 
É folguedo, flores, mortes, máscaras, frios 
Ou elevando a acha ao artefato da fogueira 

Poesia é mar aberto, é cenário de mimosas sereias; 
Poeta investiga a cantiga, o sal, o vento e o jasmim, 
Nessa teia de magia iridescente de cor e paixão 
Renascem elos de amores refeitos em castelos além 
De dar reviravoltas até nos pelos da venta, sem fim!

POETA JOÃO MARIA LUDUGERO, CABOTINO, NÃO!, por João Maria Ludugero

POETA JOÃO MARIA LUDUGERO, CABOTINO, NÃO!

Não é só de manjar, mas quero continuar a exprimir as velhas necessidades e angústias humanas, quero ir dentro e alto, depois da Várzea, para conhecer outras paisagens sem levar comigo os sinos na minha coleira me anunciando. 

Não, assim não, pois não sou cabotino!
Se um dia, quem sabe, vir a cessar o meu contentamento, por causa dos abusos de minha naturalidade, não por falta dela, quero a inércia final dos meus passos, 
pois não conseguirei viver mais compelido à modorra pagã desses muros e nichos subvertidos em quaisquer bermas. 
Desnudo, completo-me a contemplar este mundo e vejo abutres a espera da carniça diária. Antevejo seres programados, que morrem debruçados às suas conquistas terrenas, enxergo robôs enfileirados seguindo e fazendo as mesmas coisas dia-após-dia, numa engrenagem padronizada, fora das eiras, beirando o portal de muitas penumbras. Antevejo divisões que criam soberanias dentro da lida, 
vejo ideais e pensamentos que fundam ideologias sanguinárias, 
vejo cegos perambulantes discursando por meio de elaboradas expressões. 
Vejo tiranos bárbaros disfarçados de sensatos pregadores que camuflam suas espadas pelo cultivo de palavras de astuta manipulação, 
vejo o homem com sua ciência exata querendo a todo momento se superar. 
Vejo interrogações a cubar da lida, dentro de muros e derrubadas cercas vivas,
vejo e sinto o meu próprio despreparo frente as convulsões do meu humilde irmão. 
Percebo e sinto tudo isso infundido num marasmo e num pessimismo, que se precipitam pela minha inércia e pelo meu grito constante de poeta lúcido ou louco social.

MÃO DE DEUS, por João Maria Ludugero

MÃO DE DEUS,
por João Maria Ludugero.

Nas mãos de Deus, 
Bem na sua mão direita,
Repousa com ânimo meu coração.
Do palácio encantado da emoção
Elevo-me passo e passo a escada alta.
Com flores multicores, com que se enfeita
A iridescência luminosa, alcanço o céu,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma compensatória e perfeita.
Como criança levada da breca, em astuta jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vastamente
Pela Várzea, rios, riachos, mares, praias…
Alcance de sonhos, coração liberto,
Acordo na mão de Deus sobrevivente!

Minhas Flores desabrochadas

Visitantes do meu Jardim

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