Quando cai o breu da noite
e calafrios chegam à espinha,
não tenho medo do escuro,
pois sinto tua mão
de veludo a me fazer cafuné
a espantar as sombras.
Chamo teu nome: Mãe!
E um certo lume
abre um bonito clarão.
Um anjo-de-guarda
me leva sob os acordes
de cítaras em notas
de rara beleza de uma cantiga
pelo campo dos sonhos.
És tu que me ninas, ó mãe!
eu sou teu eterno menino
deitado no colo dessa deusa
que a qualquer hora me ampara,
me sustenta a cada precipício.
Anjo que me sussurra com calma
acalanto da minha alma:
Durma, meu filho!
Não tenha medo dos sonhos!