quinta-feira, 31 de outubro de 2013

POETA E AMANTE DAS PALAVRAS, por João Maria Ludugero



Como é bom lembrar dos meus primeiros anos
lá na minha querida Várzea-RN, 
nas Escolas Pe. João Maria, Escola São Pedro 
e Escola Dom Joaquim de Almeida... 
Recordo com muito carinho e gratidão 
das Professoras Maria Fernandes (Dona Marica), 
Vilma e Dezilda Anacleto, Dona Zilda Roriz de Oliveira..
.Quantas saudades! 

Quando finalmente comecei a ler, 
virei um devorador de livros e gibis. 
Nada saciava minha imensa sede. 
Minhas primeiras vítimas foram as enciclopédias 
Lello Universal e Tesouro da Juventude,
 ambas da Biblioteca Ângelo Bezerra. 
Eu tenho muito carinho por elas. 
Eram o meu Google e Internet 
naqueles tempos da década de 1970. 
Verdadeiras chaves para a Terra da Fantasia 
e do Conhecimento. 
E eu me raspava para lá freqüentemente, 
aquilo fazia a diferença entre meus amigos de rua e eu.
A palavra falada também me encantou sempre. 
Ir ao cinema de José Honório nos fins de semana, 
ouvir um texto sendo magnificamente pronunciado 
e interpretado tem para mim um valor incalculável. 
Gostava de ver e admirar o teatro de boneco
 de Mamulengo de Seu Pedro Calixto. 

Adorava ver e ler as inúmeras revistas lidas 
pela minha querida irmã Lúcia de Fátima. 
Também sempre adorei música. 
Se a música é a fala divina, 
a palavra dita, própria, medida, cabida, ressoada, 
é praticamente uma sinfonia.
Nesta ocasião, quero saudar a palavra. 

Essa minha velha companheira de folguedos, 
amiga confidente em meus silêncios, 
parceira em arroubos, sempre junto a mim. 
É você, palavra, tão presente e importante em minha vida, 
que até o amor pela poesia me chegou por seu intermédio. 
E é você que leva o meu sentimento 
dia-após-dia, todo santo dia, 
em letras, palavras, poemas 
que escrevo com afinco, 
a desopilar o medo da cuca.

E para celebrar a flor-palavra, 
exalto um de seus maiores jardineiros, 
que a cultivava com seu jeito simples,
 mas com a enaltecida sabedoria dos simples. 
Eu o celebro e louvo, amigo Mario Quintana, 
pelos mais de 100 anos que ele teria 
se não tivesse se encantado. 
Foi você quem me ensinou que
“o amor é quando a gente mora um no outro”. 
Você também me mostrou 
o que fazer com meu coração 
de menino adolescente, arteiro e medonho. 
Isso porque você também o era, 
como pude ver nestas suas linhas:

"Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube
 o que dizer-te e este poema vai morrendo, 
ardente e puro, ao vento da Poesia... 
como uma pobre lanterna que incendiou!"

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

MEU CASTELO INTERIOR DE SAUDADES, por João Maria Ludugero

búzio e menino
MEU CASTELO INTERIOR DE SAUDADES,
por João Maria Ludugero.


- Dona Maria, minha estrela Dalva,
Eu queria estar sempre ao teu lado,
Pertinho bem próximo,
A correr dentro e alto...
Assim poderíamos construir
Muitos castelos de areia na beira do rio Joca,
Sem, contudo, querermos ser o rei, o imperador
Ou a rainha que moram lá dentro dos cômodos.
As paredes impõem limites, prendem, isolam, sufocam...
Edificaríamos apenas para continuar os acordes
De sonhos de estarmos lado a lado e rirmos juntos
A desaguar afoitos pelos arredores da Várzea das Acácias,
Quando a água destruísse a construção “desimponente”,
Fortalecendo, com isso, os laços invisíveis e possantes
Que nos uniam até fora de casa pelo interior...
Que nenhum poderoso mar seria capaz de marear!
Mas o Supremo Arquiteto te chamou mais cedo
E eu fiquei a marejar é de saudades!

terça-feira, 29 de outubro de 2013

VARZEÂNIMO! por João Maria Ludugero

VARZEÂNIMO,
por João Maria Ludugero.

Sim, tenho fama de medonho, de menino peralta
verdadeiro
E pra esse mundo inteiro 
Sou um adulto-menino
Varzeano, afoito levado da breca,
Varze-ânimo com toda garra e desempenho,
Tenho o sol da alegria, tenho o dom da estripulia 
A correr dentro e alto,
Com fortuna ou sem dinheiro, estou satisfeito a contento, 
Sou o homem mais rico do mundo e mais feliz,
Tranquilo, sem pavor, não guardo medo da cuca,
Mas se invadem minha casa, atravessam meu caminho, 
Aí eu mexo os alguidares e giro a pomba, com afinco,
Posso parecer “pequeno”, mas brigo bem,
Boto Fé na lida, dou sugestão, aconselho,
Mas nunca dou rasteira atrevida
E tenho um bom coração, 
Felicidade é meu lema;
Todos sabem que eu sou Potiguar
Lá da gema varzeana,
Filho de Seu Odilon de dona Dalila,
Filho da estrela Dalva, dona Maria, 
Sonhador de bonitos acordes no chão de dentro, 
Minha cidade é um poema,
Todos sabem que eu sou, sou potiguar -
Comedor de camarão, graças a Deus,
E me orgulho de ser papa-jerimum,
Que paga promessa, de votos de Fé 
E devoção, faz novena…
Mas se preciso for,
Bato o tambor na casa de Ana Moita,
E vou que voo aos Ariscos e ao Itapacurá,
Que cavalgo no Vapor de Zuquinha
E renovo esperanças no meu lugar…
É maravilhoso, não me leve a mal,
Minha Várzea é bonita, é cartão-postal,
Povão varzeano que nasce e renasce
Além do tempo de São João e São Pedro,
Ou na Semana da Cultura, no dia-após-dia,
Varzeano das quatro bocas e do rio Joca,
Da canção de saudade de dona Zidora Paulino
E de dona Maria de Seu Odilon,
Do feijão verde e da galinha caipira
Lá dos Seixos de dona Santina,
Mas que saudade que finca as raízes
Na querida terra de Joaninha Mulato!

domingo, 27 de outubro de 2013

EN/CANTO DE GALO-DE-CAMPINA, por João Maria Ludugero


EN/CANTO DE GALO-DE-CAMPINA,
por João Maria Ludugero.

Alvoreço ao sol da vida com a cor real
Do meu canto. O vermelho contra o branco.
Suavizo a dor de existir com a garganta
Por um fio. Um espinho sangra apenas,
Dentro e alto na encarnada flor cardeal.

A Várzea das Acácias toda se ilumina.
O galo-da-campina numa orquestra
De pássaros. A cantiga reluz ao Vapor.
No peito chama, clama e açoita a dor.

Amor e flor fulgindo do fogo inflamado 
Da beleza. Eis a vida em plenitude.
O vento me levou, resisti quanto
Pude. Nada fingimos, por atitude.

O rubro, o branco, o negro combinados flamejantes
Formam a cor da real beleza, o brilho e a penumbra.
Nós levamos da vida o que vivemos com afinco
Na nossa luta contra a morte em flor rutilante.

O HOMEM MAIS RICO DO MUNDO por João Maria Ludugero

O HOMEM MAIS RICO DO MUNDO
por João Maria Ludugero. 

Para que servem meus pés, 
Pernas, pra que as quero? 
Para que sandálias e sapatos, 
Para que servem minhas mãos e braços, 
Se tenho asas para voar reluzente 
Inteira a mente, dentro e alto, 
Sem medo da cuca pegar os diamantes, 
Aos solavancos de qualquer maneira. 
Sou rio a desaguar potável pelo interior 
A desvendar a beleza do chão mais rico... 
Voar é viajar em ideias inspiradas 
Pelos belos ares na linha do eu-lírico, 
Advinda da imaginação arrimada, dia-após-dia, 
Em verso e anverso, lado e banda, eira e beira! 
Eu sou João Ludugero, filho de Seu Odilon 
E da inesquecível estrela Dalva, Dona Maria! 
E o orgulhoso Pai da Jordana Majella e do Igor Gabriel! 
Eis o meu terno selo de garantia, 
Com validade para sempre!!!

SAUDOSA MANGA VERDE, por João Maria Ludugero.


                                               Depois das aulas de Dona Zilda Roriz, 
Eu te mirava, a correr dentro e alto,
Debaixo daquela mangueira frondosa,
Teus cabelos soltos ao vento,
Da cor da terra aqueles caracóis,
Parecia a entrada do paraíso,
Da Várzea das brincadeiras,
Depois dos deveres da escola.
Eu acelerava a cópia, as contas,
e tudo o mais, para te esperar,
ali, naquele lugar, só nosso
Bem ali na praça do Cruzeiro…
E tu, menina bonita, vestida de chita,
De caracóis ou de tranças,
Com laços cor de mel,
Os nossos olhos tanto brilhavam,
Tantas juras fizeram, naquele lugar.
E, daquela flor da mangueira,
Aos ‘carregos’ de tantas mangas!
Escolhemos uma maior como nossa,
Aquela que comeríamos juntos, 
O nosso selo da promessa de amor!
Todos os dias a olhávamos,
À espera que ganhasse tamanho e cor,
Para o dia da consagração!
Quis a vida que abalasses,
E foste embora para outro lugar,
Bem distante daquela linda seara…
Zangado com o nosso destino,
Arranquei a manga verde,
Magoado com a surpresa da lida 
E com o teu longínquo paradeiro.
Já mãe, senhora do teu destino, 
Nos reencontramos frente à frente,
E perguntaste-me, com os olhos inquietos,
Se a manga tinha sido rosada ou espada,
Se tinha sido bem deliciosa?
Disfarcei, disse-te que sim,
Mas ainda sinto forte nostalgia:
Oh manga verde, manga verde,
Porque não amadureceste para mim?

CAJU: A FRUTA-SEMENTE, por João Maria Ludugero

 CAJU: A FRUTA-SEMENTE

O tempo fluiu em acessório fruto
A correr dentro e alto
No lapso entre o vão
E a castanha
Do lado de fora do interior 
Da fruta a ganhar forma
Na tênue carne verde, amarela,
Laranja ou vermelha
Onde semeio sustentado sonho, 
Que já vingou pseudofruto,
Onde o pedúnculo 
Assenta a semente 
Onde a fruta em si é o caroço 
Em forma de meia-lua no seu ápice!

SOB OS ACORDES DE SONHOS, por João Maria Ludugero

SOB OS ACORDES DE SONHOS,
por João Maria Ludugero. 

Sob a mira do interior, os passarinhos cantam... 
Longe os escuto, mas os trago aninhados no meu coração... 
O horizonte azul só é o nicho de um novo porvir, 
se o povoamos em acordes de sonhos. 
Na penumbra da noite escura, estrelas cintilantes o guardam... 
Nos dias de chuva, o esplendor de um arco-íris o revela...
Tecer sonhos é cavar na lida o alvorecer de um novo tempo...
É preciso sonhar... É preciso lutar...
Sonhar, lutando é navegar, a correr dentro e alto, sem medo da cuca.
Navegar é viver na loucura de ser e estar, na necessária peleja
buscando, dia-após-dia, um sorriso além...
Além do suor e das lágrimas salobras.
Além do tédio e do desalento... há um disparado sorrir, 
Um sorriso tecido de palavras e silêncios... Rio a desaguar 
de cantos e poesias... de travessuras, travesseiros e travessias... 
Um sorriso levantado pela vida que é feito de alvoradas, de amanhãs 
que desejam quebrar o relógio e renasceram no aqui e agora do nosso tempo...
Nosso tempo é frágil, volúvel e cruel...
Outros tempos teimam e almejam a poeira do mundo, 
as pedras do caminho, pois, sonham com a vida transformada...
Outros tempos querem ser paridos...a contento.
Um tempo de ternura e não-violência...
Um tempo de solidariedade e justiça social...
Um tempo de trovas, serestas e cantigas; campinas floridas 
e riachos cantantes no caminho onde água, terra, fogo e ar 
perambulam para o mar abraçando e triscando 
a incendiarem de sonhos o horizonte azul...
Viver é perigoso, canta o poeta João Ludugero...
A vida endureceu, petrificou-se e, demente, agoniza...
Disseram e acreditamos: no poder absoluto do agora...
Mas, ninguém vive alijado do canto das manhãs 
que são profecias encantadas do amanhã que engravida a vida, 
sendo, contudo, abortados pelas cinzas que eternizam as dores do presente, 
excluindo do horizonte as estripulias da História...
Deixemos a vida seguir para o mar...
Abramos as cancelas do destino...
Sonhemos. Lutemos... Acordemos.
Naveguemos: navegar é preciso...
Embora, não baste navegar à deriva... 
Naveguemos, cultivando no hoje os brotos do amanhã... 
Assim, seguiremos... Seguiremos sabendo que sonhamos 
e lutamos por um outro mundo possível... 
Pois, já não conseguimos viver sem o cais da alegria geral... 
Alegria que se achegue na primavera de todos 
e para todos os acordes de sonhos inenarráveis...
Só, assim, a vida deixará de lastimar pelos sonhos 
que lhe são diuturnamente furtados... Acorde e lute, 
avante! Ainda há chance!!!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A REDE DA AMIZADE, por João Maria Ludugero

Dantes cantava-se que 
Até os mortos vão ao nosso lado,
Mas o problema hoje são os vivos 
que se esquecem que o são...
Portanto, caros amigos,
Sinceros, sem cera mesmo!
Cravos ou (es)cravos da vida, 
Dentro e fora da alma em flor,
Maior que o pensamento porvir
Por esse destino amigo, venha logo!
Não percas tempo que a ventania
Dia-após-dia, é minha amiga também!
Em terras firmes, a correr dentro,
Em todas as fronteiras da lida,
Seja bem-vindo quem vier por bem...
Se alguém houver que não queira
Traga-o contigo aos magotes 
E aqueles com medo da cuca, 
Ó Santa Maria, Mãe de Deus!
Aqueles que ficaram com os vaga-lumes
Com o pisca-pisca ligado na bunda
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Risonhos bem venham me visitar, também...
Traga esses outros benditos a mim,
Porque a casa é nossa 
E o alpendre nos chama, 
Bem-nos-querendo na rede
Em acordes movidos de sonhos!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

JOÃO MARIA LUDUGERO, POETA, ETERNO APRENDIZ DA VIDA!, por João Maria Ludugero


JOÃO MARIA LUDUGERO, POETA, 
ETERNO APRENDIZ DA VIDA!
(Eu não queria ser Vereador ou Prefeito, 
eu queria mesmo era ser Escritor (e sou Poeta).

Acho mesmo é que já nasci com a alma de poeta. Várzea era ainda uma cidade pura, sem as nódoas da falsa civilização, poeira dourada dos grandes centros, que tanta sedução empresta às flores do vício. Assim mesmo, ainda menino, comecei a brincar com as palavras, despreocupado com rima ou métrica, Várzea não me deu trena para medir os meus versos. Justiça dizê-lo, deu-me guarnição e em mim acendeu esse modo de ver a vida não como um deserto, mas como um oásis no meio do deserto. Eu sempre tive sede de ler e escrever. E não adianta muito fugir disso, as idéias brotam, insistem, persistem e proliferam. E, dá no que dá: a gente acaba nesse querer-ser-poeta, que não acaba mais...

Entretanto, continuo crendo que, nos dias correntes, minha alma de poeta nunca me faltou. Eu sempre vivi, vivo e revivo a vida apreciando a força de algo que me dá compasso, uma força estranha, porém sólida o bastante para levar a beleza aonde quer que eu vá, à altura da minha fé apurada, tudo se encaminhando de melhor a melhor, para gáudio íntimo desse varzeano.

Sou um aprendiz de poeta ou seria um poeta-aprendiz? Só sei que gosto de percorrer os lugares e sempre retiro o que há de belo neles, acho que é porque já levo comigo a beleza.

Já dizia o filósofo Emerson: "Se não levarmos a poesia e a beleza conosco, é inútil percorrermos o mundo.
Em nenhum lugar as encontraremos."

Não sei porque gosto do simples e das poucas coisas que eu crio, mas faço a minha existência a partir das coisas simples, renunciando a tudo que me prenda de ter vontade própria, gosto de repassar aos outros minhas idéias, não as acumulando, mas dividindo as coisas boas da vida. Não pratico o mal a nada nem a ninguém.

Desde a infância tenho um desejo contido de triunfar na vida, uma visão que conserva em mim a fé e o credo, como bom potiguar, um varzeano que trouxe do berço a certeza de que a cornucópia da felicidade é possível.

Deus rege a minha indomável vontade de chegar lá, lá aonde só chegam os vencedores. Creio que a riqueza, a fortuna não depende somente do trabalho, pois, se assim fosse, burro jumento seria milionário. Além de ter uma atividade com equilíbrio, segurança, faz-se necessário uma oportunidade. Sabê-la aproveitar e segurá-la com afinco e dedicação, aí está o segredo.

Olha aqui, eu fui vendedor de água-benta, nas missas e procissões de Frei Damião, quando da sua passagem pela cidade. Fui marcador de jogos de sinuca no Salão de Seu Otávio, nos dias de domingo, o que me rendia algum dinheiro para comprar material escolar. Tive as mãos calejadas ao trabalhar, ainda menino, nas frentes de emergência com o Seu Antonio Facão. Ali ganhei um dinheirinho que deu para comprar a minha primeira calça jeans (U.S.T.O.P.).
Eu fui servidor na Biblioteca Municipal Ângelo Bezerra. Era uma raridade aparecer alguém por lá para pegar emprestado algum livro ou até para fazer uma leitura. Eu, sem muito ter o que fazer, não fiquei a tirar a poeira das obras ali existentes, mas fiz uma aposta comigo mesmo: ler toda a biblioteca que estava aos meus pés, digo, à minha frente. Ali muito aprendi, viajei pelo mundo, sem tirar os pés de Várzea.

Eu fui Professor de matemática na Escola D. Joaquim de Almeida (substituí o prof. Antonio Cândido, que se afastara). Além de gostar de matemática, ao lecionar naquele estabelecimento, mais do que alunos eu ganhei amigos. Aliás, ao ensinar muito mais aprendi. Foi uma grande experiência.

Ao ser criada a Agência do Banco Econômico S.A. - Agência 421 - Várzea/RN, nela ingressei mediante concurso, tendo gabaritado toda prova (1º lugar). A vaga era minha. Trabalhei por algum tempo. Ali senti que não era o que eu queria, ficar contando o dinheiro dos outros, atrás de uma mesa, era um serviço que não me empolgava. Larguei tudo e parti para Brasília, com o coração partido.

Hoje sou Advogado em Brasília-DF (OAB-13231). E quem foi que disse que eu parei? Continuo estudando...

Um antigo ditado diz que a fortuna procura os seus. Mas para ser rico não é preciso fazer pacto com o diabo. Nada disso. Eu nasci predestinado para ser João Maria Ludugero da Silva. E quem sou eu? Sou um dos homens mais ricos do mundo. Considero-me um vencedor aos moldes que Deus me deu. Quem foi que disse que não sou rico? Tenho certeza disso, pois tenho saúde suficiente para continuar minha luta, a cavar a minha mina de felicidade.
Não preciso de muito dinheiro não, minha maior herança, a que eu trouxe do berço, que meu pai Odilon me deu é a honestidade, além de toda a minha fé e retidão de caráter. Não poderia ter sido diferente. Teria que vencer.

Oxalá, Deus me inspire para eu poder ainda fazer muito na vida. Estou em Brasília e, apesar de entre mim e Várzea passar esse rio da distância, mesmo assim, não me separei desse abençoado torrão, estou na outra margem, continuo a pensar no seu povo e ainda quero muito contribuir para o erguimento cultural de Várzea. Sei que a gente está aqui de passagem, pois o homem desaparece, mas a sua obra e o seu nome falam mais alto do que os feitos de ascendência pessoal.

Não tenho a pretensão de ser dono de nada, dominar o mundo, não quero isso não, o que desejo é que todas as pessoas vivam com dignidade e vivam bem, respeitando até mesmo a mais humilde existência. Porque a gente nasce para o que é: ser feliz, seja aonde for e do jeito que for, porque a riqueza não está na força do dinheiro, está sim na força da vontade, do querer experienciar, do ser triunfante em sua passagem pelo planeta.

De mãos postas, agradeço a Deus por ter me premiado com a maior das fortunas: meu par de filhos, Igor e Jordana, razão maior do meu viver, que me enchem o lar de venturas.

Sou um ser venturoso, não tenho do que reclamar. Quando se chega aos 45 anos, após ter passado por forças adversas e muito fardo pesado, aprendi a ter mais serenidade, em ritmo de razão.

Sem nenhuma soberba, hoje eu posso dizer que cheguei ao átrio do Nirvana, qual um bonzo indo entender-se com Buda. Sem ilusões e ambições, bendigo a dotação que Deus me deu, por ver-me satisfeito, de bem com a vida, como agora, vivendo e revivendo tudo que amei e amo na vida. Obrigado, Deus, pela Mocidade de meus 45 anos! Mocidade com letra maiúscula. A Luz do Supremo Arquiteto me parece lisonjeira e eu vivo e revivo, recordo e acordo cheio de juventude, sem consultar a certidão de idade.

Feliz Cidade de Várzea!
Feliz Cidadão varzeano, João Maria Ludugero da Silva.
Que nunca quis ser vereador nem prefeito, apenas tem orgulho de ser varzeano.
Apenas tem orgulho de ser filho de Seu Odilon e dona Maria Dalva.
Quer maior riqueza? Quer felicidade maior? Seria impossível não ser feliz.
Portanto, proclamo: Eu sou o homem mais feliz do mundo! Anotem isso aí.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

CANTO DE PASSARINHO, por João Maria Ludugero

Ao lusco-fusco, costurei a rima 
De um poema ao teu sorriso 
Só pra te mostrar como é belo 
O despertar da saudade arisca 
Que dá sentido às trilhas da lida 
Não sei como tudo principiou, 
Mas afirmo que um estrondo 
De radiante e eufórica ternura 
Esbugalhou as nossas estruturas… 
Numa avalanche que catapultou 
Uma soma duplicada de doçura 
Que se alastrou em nosso interior. 
Apareceste na minha vida 
Como um sol do amar-elo 
Raiando meu ávido destino 
Colorindo os meus passarinhos 
Ajustados ao cio da cantiga. 
Apareci na tua corte solene 
Como um rei-menino arteiro 
Semeando recados de amor, 
Pedindo ao Supremo Arquiteto 
Um regador de estrelas cadentes 
Para chorar no teu colo de arrimo 
- Sou rio a desaguar com afinco 
No manjar de um real firmamento.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

LIÇÃO EM AULA DE SAUDADE. ÀS MESTRAS, COM CARINHO! por João Maria Ludugero.


Mosaico Professora Maria Fernandes (Dona Marica)1
LIÇÃO EM AULA DE SAUDADE.
ÀS MESTRAS, COM CARINHO!
por João Maria Ludugero. 

O poema não vive em cela 
Acorrentado à celulose 
Quer ser rezado, expandido a giz,
Rezemos a correr dentro e alto:
Ave, poesia das mínimas perdas 
Rosas do rosário de nossas Marias 
Clareando as camisas de volta-ao-mundo 
(A)batidas no quadro-negro
Sem  o pulso das boas regalias,
Crias afoitas na coragem 
Ave, rezemos de uniformes,
Rezemos sem medo da cuca,
Ao pé da letra, a tabuada
Desde os nove-fora zero,
Das lavras bem(ditas) no coração 
Das professorinhas da lida
E das boas mães curtidas 
A fiar as tranças e os medos 
Em cada passo, outra vez 
Engomadas as vestes
Um, dois, três
Amarelinhas 
Rezemos a composição
Rezemos as palavras bonitas
No be-a-bá do ABC
Na rede de algodão 
A semente rebuscada 
Nas ciências da vida 
Os astros infindos ao borrão
Nas aulas de geografia
O sol, a lua, a via-láctea 
A sopa de feijão de corda
Feita por dona Maria Gomes,
Comida servida, mais de uma vez
A bem dizer
A merenda que comemos
Repetimos ao recreio
As brincadeiras em estripulias
Sem esquecer do asseio com afinco
Da inesquecível dona Suzéu…Ai, meu Deus!
Repetimos,
Rezemos,
Oremos, dia-após-dia, 
A partir das tripulações de corais 
Inventariadas 
Entre as amadas forças escolares 
Desarmadas tais como:
Dona Marica Fernandes,
Dona Eunice Marreiros,
Da dona Vilma e Dezilda Anacleto,
Dona Maria José Alves,
Dona Arlete, Dona Conceição,
Dona Graça de Zé Baixinho,
Dona Hernocite Maurício e Eliete,
Dona Terezinha Bento Ribeiro,
Dona Zilda Roriz de Oliveira,
Dona Gabriela Pontes,
Dentre tantas outras mestras
Das primeiras letras…etc. 
Lembremos 
Dos amigos, os tesouros
Pequeninos
Pontilhados nas memórias 
Das boas aulas de História
Santa Maria, Pinta, Nina
E os destinos 
Da última catequese de São Pedro 
E seus dízimos 
Assim nos dizia a proteção
Do Santo Anjo do senhor
Tão zeloso e guardador 
Rezemos 
Nesta ocasião
De corpo e alma 
Salve lindo o hino à bandeira
Este poema guardai, com Fé,
Oremos o ato de contrição,
Rezemos a poesia,
Por intermédio 
Da Ave-Maria Desatadora dos nós, 
Do trovador da felicidade nacional
No claustro das horas solenes,
Sem palmatórias nem sentença,
A desapear no ditado verbal
A bem da verdade lavrada
A recitar-se em terno poema 
Na troça de um magote 
De meninos levados da breca,
Pois no rabisco dos cadernos 
Onde escrevemos a novidade 
A voz ressoa seu grito composto: Ave-Maria!
Não há penas em todo poema agora rezado,
Ave, voemos, fora da prova final 
Ave, voemos, dentro da saudade!

domingo, 13 de outubro de 2013

AMPLA VARZEANIDADE, por João Maria Ludugero.

Pelas quatro bocas com chaves abro,
Um lugar vivo e de boa gente,
De tempo caloroso e amáveis criaturas.
Sei que a pacata vida habita ali
Na terra de Joaninha Mulato,
Mãe de Bita, de Nezinho, de Jacó e de Beja
Também mãe de Dezilda, de Nina, de Do Carmo
E da inesquecível Nina, irmã de dona 
Neve do Fuxico multicolorido, e zás!
Para dentro, vendo, olhando, rumei,
Bebi garapas, iguarias comi,
Na terra abençoada da menina 
Do arretado e valoroso pitéu 
Do Senhor Plácido Nenê Tomaz de Lima.
Paisagens lindas e açudes eu vi,
Belas paisagens reverdecidas amei.
De saber, cheguei à cidade
De Silva Florêncio e outros senhores,
Bons varzeanos de renovadas esperanças,
Encantos de vida na verdade benquista.
De sete caminhos são as tuas veredas,
És pequena, pelo rio Joca banhada
Bela, és por todos amada
Na luz que ilumina seus becos e ruas.
Vapor de amenizar bons ares na tarde amena,
Ariscos de água doce, searas de cana-caiana,
Gaiatos a brincar na Vargem,
És um quadro dos mais belos pra mim.
Retiro de sol do sítio de Seu Olival de Carvalho,
De casas-de-farinha e de laranja doce...
É agora, como se fosse (pois é!)
O nosso pacato reino potiguar 
Da cultura e da felicidade.
Na verdade não há outro ideal,
A minha terra é Várzea, minha seara
De São Pedro Apóstolo, berço de dona Dalila,
Mãe do meu amado pai Seu Odilon Ludugero!

RECADO DA MINHA MÃE MARIA DALVA, por João Maria Ludugero.


Meus queridos filhos, 
A morte não é nada. 
E eu somente mudei 
Para o outro lado do caminho. 
Eu sou eu, vocês são vocês. 
O que eu era para vocês, 
Eu continuarei sendo. 
Me deem o nome: Maria Dalva, 
O nome da radiante estrela 
Que vocês sempre me deram, 
Falem comigo de boa lembrança, 
Como vocês sempre fizeram. 
Vocês continuam vivendo 
No mundo das criaturas, 
Eu estou vivendo alto, 
No mundo do Criador. 
Não utilizem um tom solene 
Ou triste, continuem a sorrir 
Daquilo que nos fazia rir juntos. 
Rezem, sorriam, pensem em mim. 
Rezem por mim, eu gosto disso, 
Pois estou no reino da paz verdadeira. 
Que meu nome de Maria 
Seja pronunciado a correr dentro, 
E alto como sempre foi, vertente, 
Sem ênfase de nenhum tipo. 
Sem nenhum traço de sombra 
Ou tristeza em suas mentes. 
A vida significa tudo e mais 
O que ela sempre significou, 
O fio do labirinto não foi cortado. 
Porque eu estaria fora 
De seus pensamentos 
E não no interior do coração, 
Agora que estou apenas fora 
De suas vistas diárias? 
Eu não estou longe, 
Apenas estou noutra aresta 
Do outro lado da estrada... 
Vocês que aí ficaram, sigam em frente, 
A vida continua, linda e bela 
Como sempre foi...Acreditem: 
Eu estou a olhar vocês, dentro do tom, 
Dia após dia, satisfeita no papel de mãe, 
Como que significo para todos vocês... 
Só lhes peço mais uma coisa: 
No se esqueçam de cuidar 
Do seu velho e querido pai Odilon!

Minhas Flores desabrochadas

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