domingo, 1 de junho de 2014

VÁRZEA-RN, MEU PEDACINHO DE CHÃO! por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
VÁRZEA-RN, MEU PEDACINHO DE CHÃO!
por João Maria Ludugero

Há um lugar que me inspira a reverência em escrever e, apesar de me encontrar distante, é quase como sentir-se perto, toda vez que versejo, como que a olhar e ver seus traços nas imagens refletidas no chão de dentro. Parece que a vida já não se contenta em tudo que me lembra Várzea e ainda me mostra esse espaço do agreste verde como se fosse indicado pra conter um pouco a minha saudade.

Lá tem uma pracinha pequena bem no centro da cidade com seus sete bancos, mas com um em especial virado pra onde nasce o sol. Um pedacinho de chão meio retangular com uma bela e verdejante algarobeira, bem ao lado do grupo da velha infância, a escola Dom Joaquim de Almeida. Falando assim pode não parecer, mas é uma beleza de lugar. 

E, de certo, assim o é para muitas pessoas, talvez não comparado a outros encantos, mas é feito um singelo oásis de encantamento, porém, assim lindo, da sua maneira. E sua beleza é mais realçada ainda nas manhãs da feirinha de domingo e principalmente ao anoitecer. 

A algarobeira fica lá com seus galhos verdejantes pintando um cenário indescritível, tendo como cúmplices os jasmineiros da vizinha escolinha, que convidam bem-te-vis e outros passarinhos a adornar a paisagem natural coberta por algumas nuvens esfiapadas. É, e fato, um lugarzinho com aquele gosto de poesia que sempre me enfatizou a escrever.

De início, eu ficava sem entender a razão daquilo tudo me fazer lembrar com afinco da minha pequena Várzea. O porquê dessas coisas vagarem no meu inconsciente e trazerem à tona a tua constante companhia. Mas aos poucos a razão foi clareando lucidamente e eu ainda caminho por lá quase que diariamente lembrando cada detalhe teu que faz tanta falta. Bom, pelo menos eu sinto que cumpro um pouco com minha cota diária de amenizar a saudade. E, até hoje é o que me deixa mais próximo de sentir o vento como um beijo teu, minha Várzea!

Eu percebi que aquela bela algarobeira numa pracinha tão miúda me recorda Várzea porque, apesar de não ser tão pequena a ponto de caber nos meus braços, tuas virtudes ultrapassam a rua grande e, ainda que não se veja tão bonita e estimável como eu a vejo, este recanto é maior do que o que eu sinto e ainda maior do que o recinto mais recôndito e exacerbado do planeta. 

Recordo e percebo que aquele banco solitário na praça do encontro muito me relembra Várzea, porque quando eu me sentava nele nas noites de conversas com os amigos ou escutando o silêncio e olhando pro firmamento, não havia nada que eu queria mais do que tua companhia segurando minha mão, eu sentado ali do teu lado e falando bobagens pra gente rir o tempo todo como antigamente, antes dessa distância que insiste em bem lembrá-la, minha doce Várzea das Acácias!

E nesse lugar, eu te sinto tão mais perto como um varzeano que sente a brisa da tarde amena do rio Joca ao Vapor de Zuquinha, sem poder se achegar até as profundezas. Percebo, por fim, que até aquela lembrança me chega quando eu rebato na porta da minha vida e ela, de sentinela, não duvida em abrir. A partir daí, então, eu pulo, dentro e alto, tuas janelas e toda Várzea me percebe com toda astúcia e bem-querer. E de tão amoroso que é meu coração, não me incomodo de me achegar lá dentro e de invadir a nossa casa e de me acomodar em teu espaço interior, com o peito assim envolvido de amores nunca exauridos.

E eu só espero te ter em breve, sem toda essa agonia de circunstâncias indevidas que me pungem afiadamente. Espero como transeunte que não vê a hora de chegar em casa em meio à tempestade e encontrar o seu porto seguro. Porque mais importante que estar em casa é se sentir em Várzea. E quanto àquele pedaço de chão que eu deixei por aí, só cuida bem dele e, por favor, não o me devolvas. Até hoje ninguém mostrou ter tanto zelo como os lavrados nas letras dos meus poemas a ti, minha querida Várzea de Joaninha Mulato!

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