segunda-feira, 14 de julho de 2014

RISOLITA, MULHER-CORAGEM, SIM, SENHORA!, por João Maria Ludugero

RISOLITA, MULHER-CORAGEM, SIM, SENHORA!, 
por João Maria Ludugero

Eu sou poeta – nasci para ser poeta,
tenho mil e uma palavras, e mais se preciso for,
mesmo assim, muitas vezes, confesso,
não sei por onde onde começar
tenho mil e um sonhos e uma plantação de outros
e várias vezes não sei o que se pode sonhar
tenho quimeras, ilusões, devaneios e sementes.
Eu sou poeta – disso eu tenho certeza!

Eu tenho força, desde cedo,
desde a hora em que acordo
eu tenho a alma infinda de ansiedade
eu tenho sempre mais um anseio
posso dormir nas estrelas e acordar na lua
posso fazer do sol o meu recreio
e brincar com seus raios até no meio do gado bravo
como se fossem um feixe de lenha lá dos Seixos
ou brincar com seus raios em qualquer rua lá da minha Várzea
ou lá na beira do Calango, açude de muitas lembranças.

Eu vivo a vida com todos os sentidos,
fazendo de todos um só para amar
e ter Amor pelo simples viver
e viver só por um simples olhar
e num simples olhar ver a alma engrandecer…

Eu sou poeta. Alguém duvida?
Eu não tenho dúvida!
Eu conheço uma mulher-coragem
Eu conheço esta grande mãe chamada Risolita
Eu conheço esta paraibana que veio de Araçagi
aos 20 de novembro de 1967,
para cuidar de terras neste solo potiguar.
Uma senhora naturalizada varzeana,
uma proprietária de terras do infinito da beleza
uma cidadã chamada de
Risolita Ribeiro Ferreira...


Sem ela a definição do que é belo ficaria ‘viúva’,
pois é uma criatura de beleza ímpar,
um espelho de exemplar grandeza
grande mãe de Rosa, da graciosa Nena,
da alegre Riselda, da bela Neta
da meiga Lena e da amiga Rosimere Queiroz.
Senhora de seriedade, braço firme e forte!
Risolita, de força indomável
grande mãe de Reginaldo (nosso ‘Ré’)
de Nô, dos inesquecíveis Naldo e do Rosalvo "Xinxa"
(que foram morar lá em Cima);
Mãe do Zé Hernandes e
do nosso querido Ramos (Ramonilson).

Risolita, nunca é demais repetir
Não é rasgação de seda,
não é chover no molhado,
Senhora de pulso forte, de laços
de uma grande família.
Risolita, mulher-coragem, de fibra,
fogo que atenua o gelo
da dor na hora da dor,
sabendo ser doce e amável
na medida exata, sensata
a alimentar-se de tamanha fé
em São Pedro apóstolo!

Risolita, senhora de dotes e certeza
do esplendor alcançado da vitória
de estar aqui na aridez do agreste,
sem nunca ter perdido a batalha da vida!
Risolita, mãe e rainha,
do riso e da dor
que fez do coração a sua muralha, seu escudo
e tem como única arma todo o seu Amor.

Além de carregar a coragem no peito,
é dona de bondade, bravura e humildade
Senhora paraibana, mulher de verdade
Sim, senhor! Sim Senhora!
Somos testemunhas dessa realidade.
E este poeta varzeano
acaba de fazer esta mais justa homenagem
A esta grande mulher, mãe, avó e bisavó
que nos deu de presente
um Calango, um açude de muitas memórias,
Não tenho mais palavras…
Obrigado, Deus, por ter criado pessoas
feito Dona Risolita!
Justiça seja dita,
feita e ponto!

VÁRZEA-RN: O VELHO FLAMBOYANT DO VAPOR, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
VÁRZEA-RN: O VELHO FLAMBOYANT DO VAPOR,
por João Maria Ludugero

A brisa da tarde amena que acaricia o rosto, 
remete-me ao passado, à nossa velha infância varzeana…
Meu coração se enche de saudades daqueles dias de outrora 
em que, à sombra do flamboyant do Vapor, 
nós aos magotes de meninos levados da breca, 
passávamos horas, deitados sob sua galhada florida 
a espiar a revoada de passarinhos, saltitando de galho em galho…

Suas ramas coloridas pelo amarelo, vermelho e laranja de suas flores, 
desciam até o chão e dançavam ao vento, 
como a querer brincar também…
Hoje, fecho os olhos e ainda posso ouvir o farfalhar das folhas secas, 
caídas e varridas pelo vento da tarde varzeana.
O mesmo vento que cantava por entre as árvores,
forrando o chão com um lindo tapete de flores…

E o entardecer, como era belo!
O sol, a se por no horizonte, lançava 
por entre os galhos suas frestas douradas, matizadas de vermelho…
Na minha ideia inocente, eu não queria que o dia acabasse.
Mas noite insistia em chegar…E ela vinha impiedosa, de mansinho, 
cobrindo com seu negro véu, todo aquele colorido que eu tanto amava…

Os pássaros se recolhiam aos seus ninhos,
o orvalho começava a umedecer as folhas, as flores…
E mais um dia se findava…
Ao longe, a voz de dona Lourdes do Vapor que me chamava ao recolhimento:
“- Menino, já é tarde, está ficando escuro, venha tomar café com tapioca de coco
para seguir o rumo de sua casa!”
Eu me achegava à sala das guloseimas e delícias, 
dentre tapiocas, beijus, coalhada, cuscuz, queijo de coalho, ovos estrelados e cocadas… 
Após, pegava o rumo de casa lá na Várzea das Acácias… 
E aguardava com ansiedade a chegada de um novo dia…
Como eu gostaria de poder reviver aquele tempo…
Oh, quanta saudade do Vapor!

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