domingo, 31 de agosto de 2014

AMULETO DA SORTE, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMULETO DA SORTE,

por João Maria Ludugero

Atrevo-me a escrevinhar palavras
que destravam a alma que escavo
além das linhas da minha mão
além das palmilhas da sorte
que chega sem avisar na lida,
quando me acho no quintal
à cata de um trevo de quatro folhas.
E assim emanam verbos consentidos,
letras foragidas depois de muitos sóis,
lumes desertores das sombras dos dias de eclipse.
A desesperança desaba por fim,
haja vista a eclosão da crisálida que desperta,
que se abre à dor dentro do útero de um novo dia.
Agora sou mais eu, afoito colibri
sobre a flor que me seduz
a trilhar e a me conduzir desnudo.
Sou tal qual aquele inquieto sanhaço
que cai de bico no maduro fruto exposto
como quem busca o olimpo e o acha em néctares
da maior valia, ao rutilar do bem, do bom e do belo.
Deixo-me estar de bem com a vida. E nela acredito,
porque em mim sobeja amor-próprio, o nome do amuleto.

VARZEAMORES NA LIDA A CORRER DENTRO E ALTO, SEM FARNIZIM! por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

VARZEAMORES NA LIDA 
A CORRER DENTRO 
E ALTO, SEM FARNIZIM!



Autor: João Maria Ludugero

Ludugero, poeta menino João maduro
A tua cantiga, os teus cantares presentes
Não são, Ludugero, apenas ora manjares:
São, Ludugero, varzeamores em euforia...

Regalias alvorecidas de canções astutas e iridescentes,
Poemas singulares, estripulia de menino levado da breca...
Entretidos louvores? Não! Varzeamores!

Quer nostalgia, quer saudade,
Abrem sempre os teus cantares
Advindos das leiras do chão-de-dentro
Como afoito colibri a adejar em tais flores
Da tua alma embevecida de varzeamores,
Desde as onze-horas até aos verdejantes juazeiros.

São cantigas sem farnizim.
Onde o recordar enche os olhos d'água,
Por amor, em versos de outrora
Num canteiro de jasmim-manga.
São feitos esses açoites medonhos sem esbaforir
De um arteiro menino da lida: ao amortecer dores
A partir de entretidas algaravias em lumes de sonhos acordados.

São para dizer com alegria em lares de lumes
Como em rincões de Umbus, Ariscos e Seixos,
Poeta João Ludugero, os teus sensatos varzeamores.
Sim, desde a Forma aos lajedos das Lagoas Compridas
Que azinhavram os mais belos e inenarráveis pitéus da vida
Como senha de um magote de ideias do inesquecível
Plácido 'Nenê Tomaz de Lima', além dos pensamentos
Que verde-musgam as lembranças do Retiro de Olival
Onde os colibris adejam sem esquecer dos jasmineiros
Que convidam outros beija-flores espairecidos ao lume.

E quer no alvorecer do Vapor de Zuquinha,
Quer a caminho do Sítio de Zé Canindé,
Cheiram sempre os teus entretidos versos
Aos bons ares do agreste verde da Várzea,
Pois são singelos, bonitos na simplicidade,
Ludugero, os teus varzeamores, às claras!

Por isso suplico não esmoreças, de uma vez,
Ludugero, nos teus lavrares em primorosa cantiga...
Perdão! digo, na sentinela dos autênticos varzeamores.

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