Mesmo que os cantores sejam falsos como eu Serão bonitas, não importa São bonitas as canções Mesmo miseráveis os poetas Os seus versos serão bons Mesmo porque as notas eram surdas Quando um deus sonso e ladrão Fez das tripas a primeira lira Que animou todos os sons E daí nasceram as baladas E os arroubos de bandidos como eu Cantando assim: Você nasceu para mim Você nasceu para mim Mesmo que você feche os ouvidos E as janelas do vestido Minha musa vai cair em tentação Mesmo porque estou falando grego Com sua imaginação Mesmo que você fuja de mim Por labirintos e alçapões Saiba que os poetas como os cegos Podem ver na escuridão E eis que, menos sábios do que antes Os seus lábios ofegantes Hão de se entregar assim: Me leve até o fim Me leve até o fim Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso São bonitas, não importa São bonitas as canções Mesmo sendo errados os amantes Seus amores serão bons. |
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Choro Bandido
A POESIA EM PÉ DE SONHO
A POESIA EM PÉ DE SONHO
Autor: João Maria Ludugero
Acordo. Na lida
Eu lavro a Várzea.
Eu visto a camisa,
Arregaço as mangas
Acunho a enxada,
Eu abro o leirão, a cova
Espero a chuva
Ela cai por terra.
Eu lanço a boa semente.
Brota um verde pé de feijão,
Nasce uma esperança nova.
Apanho sonhos,
Planto palavras,
Cavo e escrevo,
Mudo o mundo.
Escavo poesia.
Ela me renova
A cada estação,
Que não fica muda
Que não me deixa mudo,
Quando cultivo fome
Por chão.
Divagações
Autora: Sil Villas-Boas
Escuto a voz de minha respiração.....
sussurros, ecos, reverberações de pensamentos,
instigados pelas ausências e saudades
Experimentadas.
Meu coração se acomoda pelas faltas de tuas palavras.
Ficou adormecido na mudez de cada vazio
que você me ofereceu.
E agora, a criança que brinca na relva,
nada mais representa,
além de uma imagem perdida em algum canto
de um instante distante.
Estou atenta a tudo
que minhas ressonâncias expressam:
Doçuras e amargos,
ventanias e mormaços,
silêncios e canções
Estou sempre partindo
sem chegar a lugar algum.
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