sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ONDE ACHAR UM AUTÊNTICO SORRISO? por João Maria Ludugero.

Ganhei o meu sorriso naquele caminho do riacho do mel
que não chegou ao meu horizonte de esperanças novas. 

Procurei nos Seixos, escondido entre os juazeiros, 
no casebre indeciso que o sol abrigou no lajedo...
Até na poeira da estrada gerada 
pelo paradeiro que a ventania arrastou…
Mas o sorriso bem que se mostrou, escancarado.
Encontrei, no corredor da casa de farinha, 
um papel amarrotado pelo tempo ao desvão
que me foi atirado para um canto da imaginação, 
de um lado tinha escrito um acorde de sonhos,
do outro tinha a palavra saudade de dona Santina… 
Voei inteiro até fora da asa pela lembrança a correr dentro…
Mas do sorriso, ainda vivo, ele me deu notícias! 
Derramei o olhar sobre uma janela aberta ao sol,
transbordei os sentimentos no interior das manipueiras, 
Mas os olhos estreitaram-se na palavra incerta, 
escondida no frasco onde a rosa seca se esbugalhava,
chorando de mágoas numa cela de arame farpado, esvaída! 
Mas o sorriso pujante…ainda não encontrou saída! 
Tomei, então, a liberdade de me agarrar no pó dos dias, 
espalhado na estrada abandonada e no vento dos jasmins, 
essência da pouca vaidade do ser, acocorado nas ramagens das árvores, 
eu refiz meu ninho de sol entrançado pelas águas do açude do Calango... 
E quando o pintassilgo da razão se aninhou no bolso de trás 
das minhas desgastadas calças de algodão, tomei conta do passo,
encontrei o sorriso na vontade contente à solta, 
na face exposta de um eterno menino varzeano, jamais cabotino,
que se cura, apesar das medonhas estripulias extasiadas ao lume
deste ser arteiro poeta que ama de paixão sua Várzea das Acácias...

MÃE, QUE SAUDADES DE TI, DONA MARIA! por João Maria Ludugero.

Jura-me de uma vez por todas,

Eu ainda quero bem-te-vizinhos na nossa janela, 
Brisa primaveril acordando as cancelas do quintal, 
Cheiro de cuscuz de fubá de milho zarolho ao leite,
Sobressaltando as minhas narinas à ventania
Ou o cheiro do bule de café na mesa da cozinha
Repleta de bolachas regalias, soldas e sequilhos,
Lembrando-me que as nove horas teriam um fim.
Prometias-me:
A tua mão na minha mão; 
O teu cafuné na minha cabeça,
A tua cantiga que me acalmava 
Até espinhela caída em algaravia...
Tua canção que me ninava,
Teu beijo que me consolava,
Tua palavra que me animava...
Mas que saudades de ti, dona Maria!

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