sábado, 5 de julho de 2014

EM RESPOSTA À CARTA DO INTERIOR, por João Maria Ludugero

 
 
EM RESPOSTA À CARTA DO INTERIOR, 
por João Maria Ludugero

E daí, por onde minha boa notícia manja?
Por onde anda que não chega até mim?
Estará voando nos bicos dos bem-te-vizinhos
Ou ficando presa em cachos de jasmim-manga?

Sanhaço tão sozinho, voe até mim
Venha sorrindo, me traga um sinal,
Eu já pouco esbanjo, careço de sorrir
Sem boas notícias, irei de uma vez ruir ou me esbaforir
Junto com as andorinhas da torre da igreja
Do padroeiro São Pedro Apóstolo?

Num bater de asas, em resposta ao vento,
Da janela, em seu parapeito, são expostas
Doces palavras consentidas ao relento do que sonhas...
Em suas mãos e em seu peito recém-minado
Existe desde sempre tudo ao contentado timbre.

Remetente misterioso do sítio do Vapor,
Que com rimas ávidas escreve em primazia,
Que queres que eu entenda, pombo-correio?
Que queres que eu enleve em palavras medonhas?

O tempo passou e a pergunta letras rabiscou,
Fiz o que o bilhete me mandou redigir em lavras,
Fitei minhas mãos, revi meu coração partido...
Então, me expus em versos de astuta rima,
Uma vez que ambos só sabem viver afoitos,
A partir do interior, a correr dentro e alto, sem selo,
Num vagão de eiras, leiras e beiras sem desmuniciamento,
Sem medo da cuca maluca, sem compostura e zelo,



Sem medo de assanhar até os pelos da venta!

Minhas Flores desabrochadas

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