quinta-feira, 31 de outubro de 2013

POETA E AMANTE DAS PALAVRAS, por João Maria Ludugero



Como é bom lembrar dos meus primeiros anos
lá na minha querida Várzea-RN, 
nas Escolas Pe. João Maria, Escola São Pedro 
e Escola Dom Joaquim de Almeida... 
Recordo com muito carinho e gratidão 
das Professoras Maria Fernandes (Dona Marica), 
Vilma e Dezilda Anacleto, Dona Zilda Roriz de Oliveira..
.Quantas saudades! 

Quando finalmente comecei a ler, 
virei um devorador de livros e gibis. 
Nada saciava minha imensa sede. 
Minhas primeiras vítimas foram as enciclopédias 
Lello Universal e Tesouro da Juventude,
 ambas da Biblioteca Ângelo Bezerra. 
Eu tenho muito carinho por elas. 
Eram o meu Google e Internet 
naqueles tempos da década de 1970. 
Verdadeiras chaves para a Terra da Fantasia 
e do Conhecimento. 
E eu me raspava para lá freqüentemente, 
aquilo fazia a diferença entre meus amigos de rua e eu.
A palavra falada também me encantou sempre. 
Ir ao cinema de José Honório nos fins de semana, 
ouvir um texto sendo magnificamente pronunciado 
e interpretado tem para mim um valor incalculável. 
Gostava de ver e admirar o teatro de boneco
 de Mamulengo de Seu Pedro Calixto. 

Adorava ver e ler as inúmeras revistas lidas 
pela minha querida irmã Lúcia de Fátima. 
Também sempre adorei música. 
Se a música é a fala divina, 
a palavra dita, própria, medida, cabida, ressoada, 
é praticamente uma sinfonia.
Nesta ocasião, quero saudar a palavra. 

Essa minha velha companheira de folguedos, 
amiga confidente em meus silêncios, 
parceira em arroubos, sempre junto a mim. 
É você, palavra, tão presente e importante em minha vida, 
que até o amor pela poesia me chegou por seu intermédio. 
E é você que leva o meu sentimento 
dia-após-dia, todo santo dia, 
em letras, palavras, poemas 
que escrevo com afinco, 
a desopilar o medo da cuca.

E para celebrar a flor-palavra, 
exalto um de seus maiores jardineiros, 
que a cultivava com seu jeito simples,
 mas com a enaltecida sabedoria dos simples. 
Eu o celebro e louvo, amigo Mario Quintana, 
pelos mais de 100 anos que ele teria 
se não tivesse se encantado. 
Foi você quem me ensinou que
“o amor é quando a gente mora um no outro”. 
Você também me mostrou 
o que fazer com meu coração 
de menino adolescente, arteiro e medonho. 
Isso porque você também o era, 
como pude ver nestas suas linhas:

"Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube
 o que dizer-te e este poema vai morrendo, 
ardente e puro, ao vento da Poesia... 
como uma pobre lanterna que incendiou!"

Minhas Flores desabrochadas

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