Pra que vejam que sou poeta
Dou tinta às palavras soltas
E meu pincel nunca deixo;
Pra que saibam que o poeta
Não é somente de letras...
Longe de ser cabotino, arteiro
Pinto qualquer flor com ânimo
E ainda bebo o horizonte;
Aqui deixo traçado o caminho,
Versejo até o que parece impossível,
Escrevo como quem pinta, e consigo
Escavar o tempo em que me lanço,
Faço as vezes de um menino medonho,
Pinto e fico pintado, em cores vivas
Me nino e acordo sonhos!