quarta-feira, 29 de outubro de 2014

VÁRZEA-RN, MEU TERNO AGRESTE VERDE, por João Maria Ludugero

 
 
VÁRZEA-RN, MEU TERNO AGRESTE VERDE,
Autor: João Maria Ludugero

Não sei dizer este azul que esfiapa as nuvens
no céu de São Pedro Apóstolo...
Só sei respirá-lo a correr dentro e alto, intenso,
na terna vibração do lusco-ofuscante crepúsculo.

Assim denso, descompassado desde o interior
dos olhos que se entornam nele a amortecer as dores
afoitas em meu coração partido pelas bermas que levam
à Várzea das Acácias de madrinha Joaninha Mulato.

No sei morrer noutro amar-elo.
Solavanco-me nesta tonalidade,
assim espairecido breve em jasmim-manga ou alaranjado
em flores de mulungu pelos arredores do Vapor de Zuquinha,
ao encontrar-me bem apanhado ao ouvir o destemido tô-fraco
em animada cantiga da guiné ou galinha d'Angola do Itapacurá
de dona Julieta Alves, entretido no sítio carregado de pitombas,
cajus, cajás e mangas, assim escorregadio no terno verde-musgo
dos lajedos dos Seixos ou pelo paredão do açude do Calango,
desintegrando a noite entretida diante do lume da estrela Dalva,
reinventando o dia pelos benditos ariscos de Seu Virgílio Pedro...

E eu, João Ludugero, maduro poeta varzeano,
menino levado da breca, sem receio da cuca,
a assanhar até mesmo os pelos da venta...

Eu bem sei me inspirar sobre este azul pintado
pelo Supremo Arquiteto do Universo,
alvorecido ao sol que dá luz à manhã
na seara da inesquecível Mãe Claudina...

Minhas Flores desabrochadas

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