quinta-feira, 15 de novembro de 2012

SIMPLESMENTE SOU POETA, por João Maria Ludugero


Não sabia se o que escrevia 
era ótima ou péssima poesia,
porque poesia 
é uma coisa de extremos, 
assim como quando chega 
minha vontade de escrever.
Já escrevinhei muitos rabiscos, 
escavei ideias em palavras
e deixei que as levassem 
de mim... consentido. 
Também não sei 
se alguém guardou 
alguma ou se ficaram perdidas.
Na realidade, nunca estancou a vontade 
que tenho de escrever poemas.
Para escrever essas coisas 
carece ter um coração, 
mesmo que seja aos pedaços.
Aliás aos cacos soa melhor ainda.
A poesia adora corações partidos.
No meu peito 
tanjo um coração recauchutado, 
quebrado e colado aorta adentro.
Mas, senhoras e senhores, 
simplesmente, eu sou poeta, 
longe de ser cabotino.
Sou arteiro. 
Sim, hoje muito mais gosto 
de ser eu mesmo!

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