Por: Cláudia Costa
Nessa tarde, de outono,
Avistei meu beija-flor
Aquele, dileto,
Por quem rezo para que ainda me lembre flor.
Ele estava lá, beijando outras flores
Fecundando-as com suas palavras
Engravidando-as com seu amor...
Vai beija-flor
Que não se sabe meu,
Que não mais, me enxerga flor...
Ainda assim, lhe dedico uma prece
Peço que não deixe de fecundar
Seja lá a flor que for,
Com suas tão profundas palavras
Que um dia, já invadiram meu mundo
Me engravidaram de amor
Até que eu renascesse vida.
Acredito que a prece seja atendida,
Pois em resposta, o Universo me acalentou
Me trouxe um convite, uma honra, um carinho:
Pra eu parar de chorar baixinho
Porque a partir de hoje
Esquento tardes de outono
No Jardim dos Girassóis.
E aqui, dividindo com tantos outros sóis
Um jardim tão lindo e bem cuidado
Tenho absoluta certeza,
Não hão de faltar beija-flores...