sábado, 19 de maio de 2012

O CANTO DO GUERREIRO, por João Maria Ludugero




Quando careço desopilar 
quando me chega o cansaço,
me deixo levar pela Várzea a dentro,
retorno às velhas trilhas do Calango, 
vou ao riacho do mel adoçar o espírito, 
seja ao meio-dia, ao Vapor das horas, 
ou à meia-noite pelas quatro bocas, 
consinto-me inteiro, deixo ir ao rio Joca, 
retiro-me ao aconchego do meu lugar, 
ao som bonito de uma cantiga de bem-te-vi. 
Logo me pego deitado numa rede 
a contemplar o açude do Itapacurá 
E assim vou balançando a saudade 
no embalo de um aceno apenas imaginário... 
Pela rua grande vejo uma cidade pacata, 
um magote de meninos em algaravia 
a brincar de contente, a pintar a praça 
indo ao encontro das tintas da terra. 
E assim os dias se arrastam mais leves, 
e o que me acalma é ter esse dom de me soltar, 
de me emaranhar feito maracujá em lembranças 
que se enraízam no cerne da alma, 
jorrando cântaros de uma paz sem igual 
infinitamente preso a pequenos rituais 
que só encontro quando, mesmo distante, 
sinto que meus pés nunca saíram do chão 
da minha Várzea das Acácias!

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