quinta-feira, 31 de março de 2011

O LANDUÁ














O LANDUÁ
Autor: João Maria Ludugero

Xibimba vai à pesca.
Pula de contente ao se achar
Fisgando uns piaus, uns carás
Para fazer pirão escaldado

Com farinha de mandioca.
Para dar cor à sua cara pálida,
Para poder dar sustança às pernas
Para poder o corpo aguentar.
O menino avança ao sol,
Desde cedo caleja seus pés
Na areia quente do rio Joca,

Feito lambari a saltitar fora d'água
Na peleja de saciar a fome da mulinga
Arrasta-se ao riacho raso,
Onde crédulo insiste em lançar

Seu gasto landuá velhinho
Com alguns buracos e
Uns tantos remendos.
Buliçoso na baldeação das águas,
Mergulha o menino varzeano
Em busca de algumas piabas,
Jundiás, curimatãs, aratanhas
E principalmente traíras.
Ele se afoita a ir mais fundo, astuto,
Revolvendo as águas mansas,

Abrindo-as, na esperança
De tirar do rio seu sustento,
Apanhar o peixe necessário

Para encher o galho da enfieira,
Sem carecer de abarrotar o samburá,

Mas garantir que não se escafeda tão cedo,
Não antes desse moleque ganhar o mundo.
Ganhar o mundo já sem seu landuá,
Mas sem perder a alma de arrasto,
Quando as traíras lhe dizimarem
O rudimentar instrumento de pesca,
Nos contornos desse efêmero rio
De salobras águas barrentas.
PARA DANI


Para um homem Super Especial em minha vida.
Meu filho especial Daniel, que hoje faz aniversário
Parabéns filho. Te amo infinitamente.

Minhas Flores desabrochadas

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