terça-feira, 28 de janeiro de 2014

UM PÉ DE CARAMBOLA (Em memória do Tio João Pequeno), por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
   
UM PÉ DE CARAMBOLA
(Em memória do Tio João Pequeno),
por João Maria Ludugero.

Lá no Itapacurá da Várzea
De fronte a antiga casa
Que animava o menino
A luz do sol amar-elo
Tocava sua copa rasa;
Trazia no verde à salva;
Despertava bem-te-vizinhos,
Que saíam em revoada
Pra mais um alvorecido dia;
E o pé, de sombra e ar puro,
Fincava-se na lida ensolarada...

É verde a doce lembrança
Da planta cheia de vida
Frondosa e toda florida
No tempo da floração,
Era quase um pilotão
Repleto de soldadinhos;
Lá tudo que era passarinho
Repousando em segurança,
Onde nenhum alarido alcançava,
Afora as estripulias daqueles afoitos 
Meninos todos levados da breca...

Era bem um arbusto encantado
Com flores em tom violeta
Que o voo da borboleta
Tornava mais vislumbrado;
Já o seu fruto estrelado,
Verde-amarelo em canção,
Formava a constelação em prosa
Em estrelas de carambola;
E adocicava à beça
A vista e o coração!

Mas de fronte a antiga casa
Onde se espairecia o menino
À beirada do seu destino
Hoje o sol o sítio abrasa
A vida tem outras asas,
As paredes o tempo limou,
E a saudade grita sem alerta 
Feito uma verde-musguenta gaiola
Onde um pé de carambola,
Ali, nunca mais florou a contento,
Depois de aflorada a lida em adeus
Do inesquecível tio João Pequeno!

NA LAIA DA ASTUTA BANANA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NA LAIA DA ASTUTA BANANA,
por João Maria Ludugero.

Não só de manjar na lida
Aos solavancos ao avanço do sol 
Fico a cubar a maravilha
Que é aquele cacho de banana pirada,
Que não queria ficar de soslaio na laia
Ao desvario de ficar o dia todo pendurada.

- Eu deduzo em ânimo
Que vou para a Várzea,
Só pra não virar bananada!
Vivia reclamando
A banana enfezada,
Levada da breca...

Um dia, aturdida,
Fugiu a danada,
Pulando pra tudo
Que é lado, distorcida,
Sem ligar pra nada,
Pulou, pulou ao desvão, 
Desfolhada, ficou assim 
Toda suada e descabida.

- Vou tirar a casca enxerida
E ficar desnuda, fora da saia,
Assim pensou ávida
A banana enjoada
Tirou, tirou, retirou e tal
Ficou tão pelada na raia
Tão gostosa a danada
Que acabou na estica
Como rainha da macacada!

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