quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

POEMA DO JOÃO-DE-BARRO, por João Maria Ludugero


POEMA DO JOÃO-DE-BARRO,
por João Maria Ludugero


O pássaro pousou na árvore,
Repousou no poste e à postiça janela,
Observou atentamente o lugar
E levantou voo com afinco.
Depois, retornou várias vezes.

Revoava longe.
Voltava célere.
Trazia barro no bico.
Punha no galho.
Utilizava com astúcia,
Moldava a argila.
Levantava piso,
Erguia paredes,
Criava o habite-se.

Após algum tempo, 
A obra se fez primorosa,
Engenhosa casinha surgiu na árvore. 
O pássaro não amassou o barro, 
Que já existia em local próprio, disposto,
Argamassado... mas pelejou intensamente 
Para construir seu teto em constante ânimo.

Não é diferente a nossa situação.
Deus nos favorece na vida com arrimo,
Com a inteligência e os recursos da natureza, 
Mas à semelhança do joão-de-barro, 
Espera que trabalhemos a contento.

JOÃO-DE-BARRO II, por João Maria Ludugero


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 JOÃO-DE-BARRO II,
por João Maria Ludugero

E a partir daí, com arrimo, 
João- de-barro peleja sua sina 
João de barro se arrima no rumo 
João é barro na lida 
João do barro não se intimida. 
João descansa no barro, 
Com afinco, Ludugerável a contento. 
João constrói, elabora sua obra-prima 
Na árvore ou à janela além de postiça! 

Eu sou feito um João-de-barro. 
Barro, todos nós somos. 
Existem muitos Joões do barro... 
Um dia, todos nós descansaremos 
Desatados em nós, no pó, na terra!

POEMA DO TEJU-AÇU, por João Maria Ludugero


 
 
 

POEMA DO TEJU-AÇU,
por João Maria Ludugero

O teju-açu é mais belo que o lagarto que corre pela minha Várzea,
Além do iridescente calango que nomeou o açude,
O teju-açu tem pele verde-musgo ou escurecida ao natural
E caminha pelos Seixos adentro, aos solavancos,
Para aqueles que não o vêem pelo interior,
Também trago na memória outros camaleões...
O teju-açu desce do Vapor de Zuquinha e dispara ao Riachão.
O teju-açu entra pelos ariscos e avança até o riacho do Mel.
E quase toda a gente sabe isso, ao avanço do Umbu
Na meada que desfia os labirintos ao clarão do Itapacurá.
Mas poucos sabem qual é o teju-açu da minha seara
E para onde ele vai
E donde ele vem...
E por isso mesmo porque espairece a minha gente, 
É mais livre e maior o teju-açu da minha terra,
Além do rio Joca se vai a ganhar o mundo.
Para além de terras potiguares há outros horizontes
Mas ao desvario, diferente da fortuna daqueles que não a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio Joca da minha Várzea das Acácias.
O rio Joca da minha Várzea me faz pensar no interior que me completa.
Quem está longe dela, não está só ao pé dela, mas transborda de saudades...

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