POEMA DO JOÃO-DE-BARRO,
por João Maria Ludugero
O pássaro pousou na árvore,
Repousou no poste e à postiça janela,
Observou atentamente o lugar
E levantou voo com afinco.
Depois, retornou várias vezes.
Revoava longe.
Voltava célere.
Trazia barro no bico.
Punha no galho.
Utilizava com astúcia,
Moldava a argila.
Levantava piso,
Erguia paredes,
Criava o habite-se.
Após algum tempo,
A obra se fez primorosa,
Engenhosa casinha surgiu na árvore.
O pássaro não amassou o barro,
Que já existia em local próprio, disposto,
Argamassado... mas pelejou intensamente
Para construir seu teto em constante ânimo.
Não é diferente a nossa situação.
Deus nos favorece na vida com arrimo,
Com a inteligência e os recursos da natureza,
Mas à semelhança do joão-de-barro,
Espera que trabalhemos a contento.