terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ALADA IDENTIDADE PLENA, por João Maria Ludugero

 
 
 
sabiá222
ALADA IDENTIDADE PLENA,
por João Maria Ludugero

A mãe Maria Dalva reparava que o menino
Gostava mais da vazante da Várzea das Acácias
Na época em que o rio Joca provocava enchente.
Falava que suas margens eram bem maiores
E até infinitas.

E manjava que na tarde amena nasciam beldroegas
Que fios crespos de ouro iam crescendo 
No paredão do açude do Calango,
Que por entre esta luz a vista alaranjada repassava.

E se viam raios de ouro, enquanto bem-te-vizinhos
Encantavam almas que estavam no peito trespassando,
Assim como em cristal o sol trespassa aos solavancos.
João Ludugero era um menino tão arteiro e medonho,
Que só se tornou poeta para poder ver de perto e sentir 
A alma dos outros entretida em acordes de sonhos.

Por viver muitos anos dentro do Várzea,
Aprendeu a voar feito passarinho,
O menino pegou um olhar de astúcia -
Contraiu visão esvoaçante, com ânimo 
De tal sorte que ele enxergava as coisas
Por igual em diversas estripulias,
A correr dentro, e voar alto, pelo interior,
Só pra contemplar o que lhe completava
Numa palpitante lida feito o passaredo 
Que, de amante, espiava o alarido viço.

PLÁGIO, por João Maria Ludugero

 PLÁGIO, por João Maria Ludugero

Teus olhos azuis,
Ou que fossem castanhos,
De qualquer modo, de cor 
Eles me azulejam um horizonte
Que, cego, antes não enxergava
Na cadência fagueira dos meninos
Brincando de improvisar a tal felicidade
Correndo com os carneiros na tarde amena. 
Tua boca esperança a minha boca reverdece
Deixo-me levar por espirais de magia 
Quando me atiro na piscina dos olhos teus 
E são tantos sabores no céu do meu paladar...
E quando te acho, sou rio, riacho-me,
Perco o medo de me encaixar no mel
Dentro do teu sorriso de ver Deus
Que não sacia minha sede de nuvem diante do mar.
Como uma sombra no ar, avanço aos favos
Os aromas se dispersam em lumes incabíveis
Eu me disperso...vaporizo intenso, ávido.
E assim mergulho inteiro em tua boca arteira
Como tatuagem a rasgar a pele ao sal do suor
Te sinto ardente, e consentido te plageio!
Como louco, afoito e aceso candeeiro.

EX-VOTO, por João Maria Ludugero

 
 


 
 


 
 
 EX-VOTO, por João Maria Ludugero

Fiz uma promessa, uma oferenda,

um pacto de fé, pra valer, 
pendurei um quadro na parede,
um retrato em preto e branco,
uma pintura, uma fotografia,
um ex-voto só pra curar 
um coração partido. 
esculpido em madeira, gesso e cera, 
botei meu coração na forma. 
Alcancei a graça advinda do credo,
ganhei coração novo em folha, de pé
depositei no altar de São Pedro,
perto da cruz sob as velas, o molde
do que estava adoecido e... acredite, 
sinto-me curado de vez, consentido
por força do voto ofertado 
ao pescador apóstolo.

QUANDO O INVERNO CHEGAR... por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 vela gotas-de-chuva2 chuva na flor
QUANDO O INVERNO CHEGAR...
por João Maria Ludugero

QUE VENHA O INVERNO...
VISTO UM CASACO RETRÔ
OU UMA CAMISA DE FORÇA QUE SEJA,
POIS NÃO FAZ SENTIDO NÃO SER LOUCO.
ABRO MÃO DO CONTROLE REMOTO,
USO AS PERNAS, LEVANTO E MUDO
NÃO ME CALO, BERRO
LANÇO FARPAS, 
QUEIMO AS ACHAS
E AS ERVAS-DANINHAS.
LEVANTO AS VELAS... ACENDO-ME,
APARO AS ARESTAS, EIRAS E BEIRAS 
A TEMPO DE SÓ QUERER 
QUEM ME INFLAME AO CALOR.
DEPOIS DE TANTO VERÃO
QUE ME VENHA O INVERNO 
EU SOU TODO ABRAÇO,
MEIA QUENTE E FOGUEIRA.
SÓ SEI QUE UM DIA O FRIO CONGELA TUDO
E RESTARÃO APENAS
O PÓ, A POEIRA, 
E O VAPOR DAS HORAS,
NEM ANDOR, NEM ANDANÇAS
NEM ANDORINHAS.

A BELA BRASÍLIA, CAPITAL DA ESPERANÇA, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

A BELA BRASÍLIA, CAPITAL DA ESPERANÇA,
por João Maria Ludugero.

Querida seara de JK,
Onde um dia dormira
um vasto planalto,
hoje acorda Brasília,
nos braços da gente.
Acorda tão singela e ávida, 
Possante, formosa e bela,
abraça as avenidas abertas
e os ipês floridos a contento,
os sonhos acordados
e o solene azul do céu radiante.

Esta é Brasília
que avança ao sol dourado
com asas de prata
a pairar soberana,
Além dos solavancos,
quase ave, aeronave,
sob a abóbada anil
celeste e os raios 
do sol amar-elo.

A vastidão do lago Paranoá
em nostálgica canção
de girassóis meninos,
de quaresmeiras lilases,
de flamboyants encarnados,
traz no vento imensa saudade
dos candangos de outrora.

Não te desejo Brasília 
apenas a conquista do mundo,
conquiste dias felizes,
A correr dentro e alto, avante,
Despojada em bonitos canteiros,
assim conquistarás com afinco
o moderno pólen do mundo!

Eu te amo, Brasília!!!

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