sábado, 30 de outubro de 2010

Soneto


Aurora morta, foge! Eu busco a virgem loura 
Que fugiu-me do peito ao teu clarão de morte 
E Ela era a minha estrela, o meu único Norte, 
O grande Sol de afeto - o Sol que as almas doura!
Fugiu... e em si a Luz consoladora 

Do amor - esse clarão eterno d'alma forte - Astro da minha Paz, 
Sírius da minha Sorte
E da Noute da vida a Vênus Redentora. 
Agora, oh! Minha Mágoa, agita as tuas asas, 
Vem! Rasga deste peito as nebulosas gazas
E, num Pálio auroral de Luz deslumbradora, 
Ascende à Claridade. Adeus oh! Dia escuro, 

Dia do meu Passado! Irrompe, meu Futuro; 
Aurora morta, foge - eu busco a virgem loura!


Augusto dos Anjos

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