Autor: João Ludugero
Velho Vapor de Zuquinha,
Sempre me fazes voltar ao passado,
Lá na minha Várzea das Acácias:
Os caçuás se esvaziando,
Gamelas se repletando,
Carne de sol nas forquilhas,
Bacias de pipoca, cajás e umbus
Enxutas macaxeiras, queijos,
Cuscuz, coalhada e broas,
Contínuo bule de café
Em ebulição no fogão de lenha,
Babau de batata doce, munguzás
Jerimuns, arroz de leite, bolo de fubá,
Beijus, tapiocas de coco, inhames e carás,
Amendoim, melado de cana e rapadura,
Milho e mandioca dando farinhas,
Feijão de corda e maxixes aos balaios;
Vejo-te velho Vapor de Zuquinha
Repleto de cheiros e ruídos da terra,
Um bom bocado de doces lembranças,
Manipueiras, casa de farinha que me leva
Em pensamento, e me evolo ao deleite
Na vida que outrora tinhas.
Logo, o interior me chama...
Ai que saudades da minha Várzea!
4 comentários:
João
Ai, que este post-poema me deu água na boca com tantas delícias. E um cheirinho de café quente no bule é por demais inebriante. Que bom foi a sua volta à infância na Várzea.
Bjusss e bom final de semana.
Sil
Fiquei com água na boca e com a alma leve!
Beijos, João e Sil!
Olá!
Cheiros, sons e sabores que nos trazem lembranças. Muito bom!
Abraço com os sentidos da terra...
Hummm...
Que delícia!!
Incrível como as lembranças vêm sempre carregadas de aromas e sabores que não apagamos da mente, ne?
Lindo!
Beijos!
Postar um comentário