Autor: João Ludugero
Desde que eu era era menino
Eu já sonhava grande
Com essas radiantes estripulias.
Com essas radiantes estripulias.
Eu já avisava lá em casa:
Ó, minha mãe, quando eu crescer
Quero ser mestre de ciranda!
Sonhava em comandar toda aquela animação,
De tirar os cantos, de tocar o ganzá
De botar ordem no folguedo
Ou apitar minha própria 'arruaça'.
Ó, minha mãe, quando eu crescer
Quero ser mestre de ciranda!
Sonhava em comandar toda aquela animação,
De tirar os cantos, de tocar o ganzá
De botar ordem no folguedo
Ou apitar minha própria 'arruaça'.
Queria poder enfeitar o salão e o terreiro
Como se fosse festa de São João,
Eu a pedir a mão da faceira Lia,
Diante de uma imensa fogueira na rua.
Diante de uma imensa fogueira na rua.
Mesmo que fosse só de brincadeira,
Mesmo que fosse de vidro o anel-cor-de-fogo
Que um dia eu sonhara pra ela.
Que um dia eu sonhara pra ela.
Eu queria uma grande festança,
Sem data nem hora para acabar o furdunço.
E a todo vapor os instrumentos a tocar
Sem data nem hora para acabar o furdunço.
E a todo vapor os instrumentos a tocar
- ganzá, bombo, caixa, cuíca, pandeiro
Sanfona, zabumba e tarol.
Queria improvisar cantigas
Ou mesmo canções em ritmo de ciranda.
Sanfona, zabumba e tarol.
Queria improvisar cantigas
Ou mesmo canções em ritmo de ciranda.
Ah, como eu queria, e nunca deixei de bem-querer isso.
Hoje eu cresci. E ainda acordo sonhando:
Ainda quero dançar pra valer.
Hoje eu cresci. E ainda acordo sonhando:
Ainda quero dançar pra valer.
E, neste exato instante, fecho os olhos
E me atrevo a um passo de dança.
E me atrevo a um passo de dança.
Estou de mãos dadas com a moça Lia,
A cirandar como se nos acompanhassem as ondas do mar.
E nós a girar-girando a vida com singelos versos,
Ao unir versos vou puxando a roda do tempo,
A cirandar como se nos acompanhassem as ondas do mar.
E nós a girar-girando a vida com singelos versos,
Ao unir versos vou puxando a roda do tempo,
Sacudindo esse mundo a girar, a girar.
Vou habilitando o corpo nesse ritmo vital,
Vou me permitir uma dança a mais,
Vou deixar a Poesia me levar, passo a passo,
Vou ganhar o mundo nos braços
De quem souber embalançar
Vou habilitando o corpo nesse ritmo vital,
Vou me permitir uma dança a mais,
Vou deixar a Poesia me levar, passo a passo,
Vou ganhar o mundo nos braços
De quem souber embalançar
Meu coração cirandeiro,
Ou a quem mais couber o dom
5 comentários:
Um texto assim só nos incentiva a sonhar acordado. Adorável, cativante e muito inspirador. João, estás de parabéns.
Bjusss e bom fim de semana.
Sil
Porque dentro de cada um, existe uma criança que um dia existiu!
Adorei!
P.S.: Sil, eu posso postar um texto teu lá no meu blog?
O nome dele é: "Olhares"
Um que tem lá no #Retratos e aqui também. Amei tanto ele! :)
Beijos e ótimo findi
João sou uma criança que se recusa a crescer.
Ó
Não espalha rsrsrs
Adoro sei jeitinho de escrever, tão lúdico, me faz super bem.
Beijão
Boa semana.
Unir a criança, a poesia e a dança só pode dar nisto, um texto excelente.
Parabéns, João
Sempre uma linda sensibilidade, João...
Viva a nosas criança!!
Beijos!
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