domingo, 18 de setembro de 2011

Velhas cartas

Por: Francisco Diniz

Quando não estou viajando tenho por hábito sempre quando chego do trabalho pegar as correspondências na caixa do prédio e colocá-las no espaço reservado a cada apartamento.

Muitas vezes quando estou fazendo isso o zelador me diz para eu deixar que isso é serviço dele. Então respondo que não tem problemas, pois a minha esperança é que no meio de tantas contas que recebemos todos os meses, quem sabe um dia eu encontro uma velha carta como se escreviam antigamente.


Esses dias eu até brinquei que terminaria escrevendo uma carta para mim mesmo, só para relembrar o velho gostinho de abrir com cuidado o envelope para não rasgar a carta.


Sem dúvida que nos tempos da internet hoje recebo dezenas de e-mails por semana, pois mandar uma mensagem por e-mail facilitou muito à comunicação.


Durante um mês anotei quantos e-mails escritos diretamente para mim eu recebi e percebi que exceto os de trabalho, o que mais recebi foram esses prontos e que circulam na internet.


Aqueles que recebemos, lemos e repassamos para os nossos contatos. O mais incrível é que deixamos de sermos amigos e fomos promovidos para a categoria de contatos.

A nossa vida tornou-se tão corrida que nem com a facilidade dos e-mails nós temos tempo para escrever essas cartas tecnológicas, os e-mails, com palavras nossas e dirigida a um amigo.


Na verdade a tecnologia e sua praticidade nos ajudaram muito a nos aproximar de nossos “contatos”, mas infelizmente perdemos a magia que tínhamos quando escrevíamos as velhas cartas e as enviávamos para nossos “amigos”.

5 comentários:

Sil Villas-Boas disse...

É verdade, Chico.

A tecnologia mesmo sendo necessária atualmente, nos tirou um pouco da simplicidade de escrever ou receber uma carta tradicional. Já não se pratica tanto o ritual de pegar a carta, abri-la, se maravilhar ou se entristecer na leitura do conteúdo que ela traz em si. Felizmente, ainda existem pessoas que praticam este delicioso costume e o descrevem nas linhas de um poema encantado.
Bjuss
Sil

Sandra Portugal disse...

Sem dúvida perdeu-se muito com a falta do frisson de se aguardar ansiosamente o carteiro chegar, de se rasgar o envelope na pressa de ler as notícias, de se ter papéis de carta perfumados e de caprichar na letra!
Eu ainda guardo numa caixa bem bonita as cartas que recebia dos tempos da minha juventude!
Abraço
Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//

Tatiana Kielberman disse...

Olá, Francisco!

Gostei muito do seu texto... Apesar de viver em tempos altamente tecnológicos, sou super adepta às cartas!

Elas me emocionam bastante!

Um beijo!

VeraBruxa disse...

Olá!
Verdade! Há tempos, quando eu trabalhava com crianças, uma das atividades era escrever cartas, endereçar envelopes e levá-las ao correio. Escrevemos até para o governo do estado solicitando benfeitorias para a escola.Era uma festa! Atualmente, quantos jovens não saberiam como realizar tal processo? Considero de mau gosto enviar encaminhar e-mail para uma lista de contatos. Só respondo alguns, sempre com algo a dizer e individuais. Coisas de quem insiste em manter a boa educação.
Abraço.

Luna Sanchez disse...

Eu concordo que não há e-mail que substitua uma carta manuscrita. Tocar o papel que foi também tocado pelo remetente é emocionante.

Beijos.

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