quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

DE CORPO E ALMA, por João Maria Ludugero

Há dias em que me sinto nu, 
coberto de razão, 
Mais por dentro que por fora.
Não careço de palco 
nem roubo a cena. 
Longe de ser cabotino, 
renasço das cinzas das palavras 
que encantam ventos e tintas
de versos que uivam arteiros,
que surgem do interior a me despir,
a me mudar de penas, 
sem dó nem rimas.
Daí me entrego a pousar no papel
sem resguardo à dor, alma penada.
Porque a vida só se renova 
pra quem se doou 
pra quem se doeu
pra quem morreu de amor,
e a si reiterou em espírito 
a encostar no corpo nu,
num sopro em carne viva.

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