EN/CANTO DE GALO-DE-CAMPINA,
por João Maria Ludugero.
Alvoreço ao sol da vida com a cor real
Do meu canto. O vermelho contra o branco.
Suavizo a dor de existir com a garganta
Por um fio. Um espinho sangra apenas,
Dentro e alto na encarnada flor cardeal.
A Várzea das Acácias toda se ilumina.
O galo-da-campina numa orquestra
De pássaros. A cantiga reluz ao Vapor.
No peito chama, clama e açoita a dor.
Amor e flor fulgindo do fogo inflamado
Da beleza. Eis a vida em plenitude.
O vento me levou, resisti quanto
Pude. Nada fingimos, por atitude.
O rubro, o branco, o negro combinados flamejantes
Formam a cor da real beleza, o brilho e a penumbra.
Nós levamos da vida o que vivemos com afinco
Na nossa luta contra a morte em flor rutilante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário