quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

AZUIS, por João Maria Ludugero

 
  
AZUIS, 
por João Maria Ludugero 

Eu já pintei de azul os meus sapatos  
por não pode azulejar as ruas, depois, 
despi-me do terno azul marinho 
e colori as minhas mãos e as tuas.  
Descalços, ficamos nus em pelo, 
sem vergonha de derramar em nós 
o azul firmamento e armar no céu a lua de prata... 
Enfim, depois de tantos sóis, sem cansaço, 
Entornamos simplesmente o azul  
sobre vestidos, juízos e gravatas. 
E mergulhados em nós, tangemos os percalços, 
e cheios do céu, caímos feito chuva  
a molhar a terra toda prosa e nua às tintas, 
afoita para receber nossos pingos azuis... 
E assim achados no azul nos contemplamos arteiros. 
E foi aí que vi teus olhos d'água a marejar os meus, 
e num piscar de olhos, pude ver tua íris de soslaio  
a me convidar a correr dentro do teu olhar contente
vertiginosamente azul azul-piscina, 
onde meu olhar se espiou ao mergulhar inteiro.

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