CONTEMPLAÇÃO DE MAMULENGO,
por João Maria Ludugero
Não só de manjar ou cubar a lida,
O fantoche obedece atentamente
Ao comando do fiel mão molenga:
Passatempo de sorrir e estar contente,
Numa lavra de chorar com sentir dor.
Mas, a cara não muda. A gente sente
Espiando em seu olhar, seja o que for
De sorte e solidão, a inconsistente
Vida a que uma outra vida dá vapor.
O Cara dos fantoches é um êxito a contento:
— Considerável público, eu agora não esmoreço...
(Não se cala a ululante patuleia)...
Um marejar de lágrimas e sorrisos esbugalhados
Nos cordéis literalmente entretidos
(O fantoche em cena de euforia plena
Esbanjando-se em radiantes estripulias,
Sem lusco-ofuscar-se no palco ou nas ideias?)
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